sexta-feira, abril 29, 2005

a metamorfose


Por variadas razões, o final do dia ritma o início da transformação que se opera na minha sala de trabalho. O efeito provocado reveste-se de várias formas, donde destaco a citação de leis, princípios, ditames, corolários, constatações empíricas e afins.
Não resisto a publicar a mais relevante da jorna:

“Não se leva areia para a praia”

Creio que daria um bom título para um livro...

momento irracional



Depois de o ter desancado por diversas vezes (curiosamente ainda não aqui), vejo-me na obrigação de lhe dedicar umas palavras.

Não consegui ainda consolidar uma opinião a seu respeito, algo apesar de tudo raro aqui no canto do irracional.
No primeiro jogo do campeonato arrisquei que era um bom jogador e que podia ser um bom complemento ao Liedson. Sobretudo porque era possante e com bom jogo de cabeça.
Mas o tempo não perdoa, e os golos não apareceram. As oportunidades continuaram a surgir (afinal já leva 580 minutos na Superliga, muitos deles sofridos). Falhou, muito e demais. Saiu (e tinha de sair) para voltar a entrar na equipa.

Ontem, fez quase tudo bem. Com um senão, falhou escandalosamente depois de ter levado o AZ Alkmar ao tapete. Contudo, são golos destes que conquistam troféus, pois quem os sofre não pode dormir descansado.

Espero finalmente firmar a minha opinião. Como estes cantam “What you give is what you get / And the only thing worth having is happiness”. Essa, Pinigol, pode ter começado ontem, mas depende só de ti.
Porque dias maus todos temos e a irracionalidade só sobrevive com felicidade, espero por mais um destes dia 5. Lx

Crónica do Racional: o bem-amado e o mal-amado...

Chamando o meu colega "crónicas do irracional" aos seus posts sobre futebol, resolvi falar também finalmente sobre o assunto, chamando-lhe a crónica do racional porque não tenho aquele tom épico que só um gajo com bilhete de época lhe pode dar...

Embora não lhe tenha feito referência anteriormente, excepto aqui, o meu coração bate azul e branco, mas primeiro venho falar de dois jogadores da concorrência que vem da 2ª Circular:

- O bem amado: apesar do meu anti-benfiquismo primário, não deixo de sentir uma certa alegria quando vejo o Mantorras marcar um golo ou quando saca uma daquelas arrancadas. Aquela alegria de jogar e viver africana só é comparável à do são tomense Chefe João do "Na roça com os tachos" (Saudações, Kalu). O Mantorras merece, não só pelo calvário que passou (e ainda passa porque todos os dias faz horas e horas de musculação), aqueles minutos de jogo e golos, pois lutou muito mais por eles do que muitos que se pavoneiam a titulares. É quase poético quando ele se vira para o Petit, a seguir ao empate do Benfica enquanto aquele distribuia fruta (porrada com jogo parado), e diz: "Déxa lah essis gajo, vámo mandarr esta merr... prrá frrrente, carra...!!!"

- o mal amado: ontem quando o Rogério se lesionou e ia entrar o Miguel Garcia, disse para o meu pai:"lá se vai mais uma oportunidade do Pinilla resolver o jogo e deixar de ser anedota". Felizmente o Peseiro arriscou (ou melhor, o adjunto é que lhe disse para meter o Pinilla) e nasceu aquele golo que pôs a Juve Leo em modo avalanche. Falhou escandalosamente 0 3 a 1 ao(s) AZ(elhas), mas não se pode ter tudo. Ou porque tinha falta da mamã ou da namorada(que é uma miss sul americana e quem já viu o concurso da miss universo, sabe que daquele continente só vêm mulheres com M grande, ou Ms grandes, como queiram), a vida não corria nada bem ao puto chileno, que arriscava continuar a dinastia de avançados bons que passam por cá, cujo o nem começa por P, como o Pringle, Pizzi, etc e já agora o Pitbull, que é mais um Chihauha. É bom ver um mal amado destes dar a volta por cima, levanta o estádio, tem outro encanto...O Mota que se cuide...

Sobre o FCP neste momento não falo, porque quem já foi ao Carnaval da Figueira sabe o mau resultado que dá uma escola de samba comandada por um português...

quinta-feira, abril 28, 2005

só ele sabe



Não resisto.
Apesar de na última vez ter dado azar, é mais forte que eu. Estamos a 4 jogos de ser campeões nacionais e a 3 de vencermos a Taça UEFA. Assim vale a pena.
Para não voltar a provocar uma “malapata” semelhante à verificada aquando do meu último prognóstico europeu, vou-me desta vez debruçar sobre um dos piores aspectos da equipa.

Por esta altura, até o leitor mais mentecapto (no que ao desporto-rei diz respeito, claro) já percebeu que o Peseiro é, no essencial, um Gnu a fazer substituições. Até aqui nada de novo. A surpresa é que desta vez o Carlos Martins está lesionado e não vai jogar.
Resulta daqui que desta o "Connochaetes taurinus" vez vai ter que arranjar outro Cristo para sacrificar quando a “curva” se começar a interrogar ruidosamente sobre a utilidade marginal do salário que lhe é atribuído e se por acaso a Senhora que o colocou neste Mundo não “ataca” perto do Cais do Sodré... (por favor, os mais religiosos e menos familiarizados com as questões do esférico não se ofendam, até porque isto não é nenhum exagero, se o Mel Gibson filmasse “A Paixão do Martins” até os Judeus se comoveriam...).

A questão é, dado que o Barbosa vai ter de entrar (não interessa se está lesionado ou não, ele joga sempre parado); quem é que vai sair... para ver a partir das 20:15 Lx

quarta-feira, abril 27, 2005

Cinema: distracção ou depressão ao quadrado...

Ontem sentia-me meio deprimido e fui ao cinema...vi este filme e fiquei de rastos...

O que vale, é que a semana passada tinha ido ver aquele filme!!!

PS: recomendo os dois...

Inove ou extinga-se, p.f.....

Aqui estou eu de volta ao mundo após ter estado no meu primeiro congresso corporativista. O ajuntamento subordinado ao tema, adivinhem: "Inovação e Competitividade"!!! Que original...se eu tivesse um cêntimo por cada vez que ouvi estas palavras, ou outras como: "globalização","ameaça asiática", etc... já tinha dinheiro para ir explorar a Islândia de jipe...

Mas, vamos lá ás definições das acções parcelares que levam à tão almejada"inovação e competitividade", enunciadas naquele ajuntamento, por um economista e vários engenheiros:
-Redução de custos, melhoria da qualidade, real e perceptida.
-Ciclos de re-engenharia proactivos.
-Valorização de recursos humanos, já que a tecnologia compra-se, o "know-how" é inimitável e é o que faz toda a diferença.
-Flexibilização de estruturas e abertura transversal a novas ideias: "he who never tries, never fails"
etc, etc...

Ora, o meu comentário é que: se isto é inovação, então inovação=competência, já que penso que estas traves mestras já deveriam estar incutidas nos trabalhadores de princípio, desde sempre. Não percebo a novidade...

A definição que eu mais gostei de inovação, foi dada por um neozelandês que trabalha para o meu Grupo: "Innovation is to solve problems with no known solution"...Portugal tem muitos problemas cuja solução é sobejamente conhecida e nem por isso se resolvem...

Isto vem dar alguma razão ao que eu já pensava: tudo bem, Portugal precisa de ser inovador, mas antes Portugal tem que deixar de ser incompetetente, negligente e omisso...

terça-feira, abril 26, 2005

Economics is the painful elaboration of the obvious


Por uma questão de clemência, não gostaria de transformar este espaço numa ferramenta de evangelização de competências. Mas não resisto a recomendar este site, sobretudo aos mais reaccionários e aos mais esquerdalhos... é que nesta profissão temos de aturar de tudo...

quarta-feira, abril 20, 2005

o princípio do "fim da terra"



Por acaso não foi exactamente aqui, mas foi perto.

Normalmente descrever exaustivamente um conceito, escalpelizar a letra, ter um discurso muito detalhado, ir jogar xadrez com a tactica estudada, querer marcar aquele golo antes do jogo, não resulta. Não resulta comigo, claro (com vocês é bom que resulte, dado que isto não é vida para ninguém).

Depois de mais esta tirada brilhante e, como se pode depreender, bastante ciente da seca que vos estou a pregar lenta e dolorosamente, fica aqui o registo de como surgiu (após muitas Heinekens, tapas da Maité e Barwomens extremamente simpáticas) o tal nome que nos permitiu finalmente desencravar o processo e começar esta maravilha da colaboração à distância (física e não só).

Não estamos assim tão preocupados com o fim da terra, mas quisemos passar um fim de semana lá perto. A foto foi finalmente revelada (sim, que eu sou, por enquanto, o talibã analógico residente) e aqui fica o registo do princípio do fisterra.

Apesar de já não nos podermos arrogar da elegância de outros tempos, o que está em primeiro plano é mesmo uma estátua. Lx

terça-feira, abril 19, 2005

na vida, senhor, na vida...



Nada me move contra os casos de sucesso da economia Portuguesa. Antes pelo contrário, gostava eu era que houvessem muitos mais (sempre poderia considerar viáveis as hipóteses de não pagar mais impostos, manter o actual sistema de segurança social ou proliferar oásis).
Aliás, muitas vezes, a minha primeira impressão em relação às reivindicações de algumas associações ambientalistas é de alguma desconfiança - mesclado com o enorme gozo que me dá assistir aos tipos da Greenpeace a fazerem "fintas de corpo" aos funcionários mais zelosos de uma qualquer multinacional (o meu mau feitio impede-me de condenar o inconformismo conformista).

Mas esta do Administrador da Vicaima (creio que é esse o cargo do senhor, dado que não o conheço e até acredito que possa ser uma excelente pessoa) a travar o seu bruto Mercedes mesmo, mesmo em cima da multidão que protestava; sair do carro qual "Moisés de cajado em punho a abrir o mar vermelho" e a azimbrar um par de chapadas na câmara de televisão mais próxima enquanto clamava à multidão num estilo "Alberto João Jardim" (se bem que ainda verdinho) "Vão trabalhar!" não pode deixar de me emocionar...

Aquele "toma lá fresquinho!" só pode ser comparado ao épico Sá a explicar ao Artur Jorge o que eram coisas bonitas... pena é que esse senhor, que felizmente tinha a GNR por perto (e que "não o surpreendeu em flagrante delito"), não consiga transmitir à nossa restante classe empresarial este "go for it", esta atitude; por forma a mostrarmos a esses pilecas desses Alemães, Americanos e Chineses quem é tem realmente capacidade de impor cláusulas hercúleas no comércio internacional e de entalar os mais fracotes... Isto sim, são vantagens competitivas. Lx

segunda-feira, abril 18, 2005

e se eu não fosse tão pelintra...


Férias, mais uma vez, apetecia-me ter férias. Segundas são dias de desejar férias.
Isto hoje foi particularmente complicado porque, de manhã, ninguém (eu inclusive) se calava com "o que bom era estar de papo para o ar numa praia". E acho que o meu principal problema nestas coisas é que não coloco restrições à minha imaginação e pinto logo o quadro todo.
Já estou a visualizar perfeitamente qual a praia, o restaurante com peixe grelhado (ou marisco), a cor do mar, a sobremesa, a pouca gente, o som, sempre de calções, a cartada, massagens, a sesta...
Resta-me orientar as minhas energias na transformação do baixo orçamento numa pelintrice com pinta. LX

sexta-feira, abril 15, 2005

A magia do irracional


Qualquer projecto europeu tem muito de fantasioso, de falível, de irracional. Isso ficou ontem mais uma vez demonstrado.
É justo começar por dar a mão à palmatória. Apesar da confiança que já tinha demonstrado, o Newcastle é uma grande equipa e nós também tivemos sorte. Mas também tivemos azar, é certo.

Acho que o verdadeiro momento da viragem na eliminatória foi quando Kieron Dyer se lesionou aos 59'. Este tipo é muito bom, é rápido, oportunista e sabe chutar bem. Parece-me que foi o grande responsável pelos calafrios na defesa do Sporting (e também é certo que o Polga não está em forma). Pois, mas nós também jogámos sem o "Levezinho"... e o Rogério e o João Moutinho (granda joga!) podiam ter marcado mais vezes.

Foi uma noite mágica (até o Peseiro acertou na substituições!). Jogámos um futebol com alma, com garra, com a sorte de quem vence. E, Niculae, tu, és Grande!
É muito complicado não pedir a final da Taça UEFA. E depois disso, como disse o próprio Souness (a quem gentilmente retribuímos o 4-1), entreguem-nos a Taça!
Lx

quarta-feira, abril 13, 2005

Tragam-me a net de 98...sou um info-excluído..

Em 98, com um modem 56k, conseguia-se navegar, ver o mail, enfim o todo o básico (menos descarregar discografias inteiras da mula) de uma utilização normal da net sem grandes velocidades, mas sem sacrifício...

Agora...tá quieto!!! Para ir ver qual é o filme da semana em exibição no CAE ao sapo são no mínimo 3 quartos de hora, se ligação não cair 50 vezes e a linha de telefone estiver em condições, ver o mail é coisa do passado...já tirei vírus, spywares, pop-ups e seilámaisouquêwares do computador e népia: a Banda Estreita tá mesmo estreita, estreitíssima, o que me dá vontade de sacar uma porrada de analogias...mas o não vou fazer a bem da decência...dizem que também o pessoal já não pensa no peso das páginas quando as programa, sendo tão poupados, vamos lá, como certos governos...

Não tenho banda larga, porque ando a prometer sair de casa este ano e por enquanto, a net em casa tem tanta utilidade para os meus pais como o Leo Lima para o meu querido FCP...a net de banda larga pré-paga recarregável é ofensivamente cara, num país que se diz apostar nas novas tecnologias...parece-me que zzzt! é o ruído do pessoal a ficar com os bolsos rotos...

Resta-me blogar no emprego depois do expediente, mas sem figuras ou fotos, já que: "user doesn't have sufficient privileges for the required operation. Please contact system administrator."...ou o meu computador não fizesse parte activa do tecido produtivo nacional...

Por isso, até eu deixar de ser um info-excluído, tem me de aturar os meus posts só com texto...depois prometo mostrar muito mais, e... escrever muito menos...

Quiero yo mi suerte echar


De repente apercebi-me que estava sentado num lugar reservado a senhoras grávidas, deficientes motores e mulheres acompanhadas por crianças de colo; e que estava uma senhora “de esperanças” em pé. “Acordei” e levantei-me para lhe dar lugar, até porque já só faltavam 2 estações para sair.
Eis que na minha penúltima paragem entra na carruagem um casal com duas “malas-carrinho-coluna”. Passo a explicar, era uma (ou melhor, duas) daquelas malas com uma pega, mas em vez da mala propriamente dita tinham uma coluna/aparelhagem de som. Eu, na minha inocência, ainda não me estava a perceber do que se estava ali a passar. Um, dois, experiência, e aqui vai disto: as “malas-carrinho-coluna” começam a debitar o instrumental da “Guantanamera” e, com direito até a um ligeiro “mexe mexe” ao som do musicol, eis que começam uma impressionante performance do clássico cubano, versão subterrânea.
Chegado à última estação, não consegui evitar de pensar no caricato da situação. Já tinha assistido a cegos a pedir esmola, a ciganos romenos a tocar acordeão, a africanos a vender relógios, mas esta do folclore cubano era nova. A linha verde sempre foi um trajecto enriquecedor.
O mais irónico é que “Guantanamera” corresponde a uma habitante de Guantanamo, e “Guajira Guantanamera” será qualquer coisa do género de “campina da região de Guantanamo”. A letra fala de amizade, coração, sinceridade, de viver entre os pobres da terra, de uma rosa branca que se cultiva aos cruéis no lugar de uma urtiga.

Guantanamo, o lugar da "sinceridade" Americana na linha verde, cantado por dois eventuais imigrantes ilegais (e para uns outros tantos "clandestinos") durante os 30 segundos que separam duas paragens de metro. O Mundo devia ter férias. Lx

terça-feira, abril 12, 2005

5 factos que indiciam o fim da minha juventude...

Nestes últimos dias aconteceram demasiadas coisas que anunciam o fim:

1º - Expliquei ao empreiteiro a maneira apropriada de montar correctamente os padrões dos ladrilhos da cozinha e duas casas-de-banho da minha (e só minha) casa nova...(adeus pilhas de louça e de roupa suja).

2º - Gastei metade do meu ordenado em roupas apropriadas à frequência do meu primeiro congresso corporativista...(adeus T-Shirt do Che Guevara).

3º - Queixei-me da demora do ínicio do concerto dos Blasted Mechanism (porque tinha que me levantar cedo a um sábado), enquanto o meu colega de blog se queixava que não se podia aproximar do mosh para não por pó nos sapatos...(adeus nódoas negras e apalpões).

4º - Atirei-me furiosamente a um catálogo da IKEA em hardcopy, que estava na casa de um amigo meu, para encontrar móveis, utensílios, toalhas e outros objectos decorativos que casem com os padrões do ponto 1...(adeus: o meu dinheiro é prós CDs e maços de Camel).

5º - Fui à despedida de solteiro da minha primeira namorada (excluindo a J. no jardim-escola) e de um dos mais antigos amigos...(adeus paixões eternas).

6º - Assisti com prazer até ao fim, pagando bilhete, a um filme do Woody Allen (Melinda e Melinda)...(adeus Bruce Willis, adeus Academia de Polícia).

segunda-feira, abril 11, 2005

estes gajos são grandes


Na sexta-feira fui (ou melhor, fomos, dado que o fisterra fez o pleno) ver os Blasted Mechanism. Impressionantes!
Já os tinha visto há uns anos, na apresentação do segundo álbum. Na altura pareceram-me bons, mas um bocado crus. Faltava ali alguma consistência e o concerto acabou por se tornar um pouco monótono. Apesar do visual arrojado, ainda não pareciam totalmente absorvidos no espírito que criaram.
Mas agora nada disto corresponde à verdade. Na música, com passagens que me fizeram lembrar Jane’s Addiction, Asian Dub Foundation e confesso que mesmo Pixies (e tenho noção que esta comparação não é lá muito ortodoxa e muito menos consensual), não se inibiram e demonstraram uma panóplia de recursos que foram de djambés a citaras. E aquilo fazia sentido. No visual, pareceram-me completamente interiorizados nas personagens criadas. Os movimentos (não sei se estudados se não) contribuíam para uma atmosfera bizarra e cenicamente apelativa.
Estes até podiam vender para fora. Alguém tem um dicionário de “karkoviano”?


PS- uma palavra para a organização da Queima das Fitas na Figueira: correu tudo bem, o som estava bastante bom, MAS, nunca tinha sido tão revistado, espoliaram-me 8€ e foi pena o concerto ter começado à 1:30! Eu sei que sou eu que sou velho, cansado e pobre, mas escusavam de mo lembrar desta maneira...
LX

A 2ª do irracional




Este fim de semana tudo correu como deveria. Revestiu-se até de contornos deliciosos.
Apesar de não ter assistido a Boavista-FCP, estava na Invicta...
Cheguei a Lisboa ainda a tempo de comer qualquer coisa e seguir para a estação de Metro a caminho de Alvalade. Quando saí de casa, subsistia o nulo em Vila do Conde (isto a meio da 2ª parte). Enquanto esperava pelo Metropolitano propriamente dito, fui espreitando para a tela da MTV (o canal de televisão interno do metropolitano de Lisboa). Primeira comoção, já com a estação repleta de cachecóis verdinhos, eis que vejo finalmente o golo do Cadú. Aplausos no subterrâneo.
Saio no Campo Grande e assisto à movimentação habitual, devemos ser outra vez à volta dos 26.000. Não tão habitual são os gritos e os aplausos que já se ouvem das galerias do estádio. É que o Sporting ainda não tinha entrado em campo. Telefonam-me a dizer para ir avançando.
Assim que acabo de ser revistado passo rapidamente pelos torniquetes e espreito para uma das televisões. Vejo um tipo vestido de verde e branco a correr pelo lado direito de um campo de futebol. De repente fez-se um enorme silêncio nas imediações. O tempo pareceu parar. Vejo o centro de Saulo, com a bola a cruzar a área depois de galgados uns metros valentes. Está a aparecer um tipo de verde e branco pelo meio da área... Golo! Miguelito! O estádio delira! Afinal de contas, apesar de na vertical, as riscas deles também são verdes...
Subo as escadas a correr. Depois de percorridos os 6 lances, encontro uma enorme multidão esfaimada, de sorrisos alucinados (acho que cheguei a vislumbrar algumas bocas a espumar). Tive que fazer umas cargas de ombro para me aproximar do B10. Assim que acabo de atravessar a pandilha, e enquanto ainda era possível vislumbrar qualquer coisa, inclinei a cabeça para trás e deitei um último relance ao pequeno ecrã de televisão. Vi um grande plano de António Costa, a fechar os olhos enquanto ficava um pouco vermelho e com as bochechas inchadas. Apito final. Abraços, risos, até choros.
Entro no sector, enquanto me sento na “curva” já se entoa o clássico “SLB! SLB! SLB! SLB! SLB! … SLB! … SLB!”
Alegria no estádio, momentos depois entram as equipas em campo.
Foi sofrido, a equipa sentia a pressão, o Beira-Mar queimava tempo, o Paíto falhava tudo... começaram os assobios... será que estes camelos vão desperdiçar isto? Não, mais uma vez Liedson resolve... Voltam os clássicos, “Só eu sei...” “SLB...”. Apito final. Dei por mim a cumprimentar pessoas que não conhecia (!?).
Depois de Newcastle, com a segunda mão a ter de ser sem “quem resolve” e “com quem não ainda não marcou”, a “lagartagem” recupera a confiança.
Por fim, já na estação do Campo Grande, um último grito de guerra. O Metro tardava outra vez, não havia espaço nem para uma formiga, e tudo a olhar para os ecrãs de MTV a fazer tempo (enquanto se preparavam as piadas para o dia seguinte... ). Eis que surge novo resumo desportivo. Miguelito chuta... Golo! O Metro em delírio... Lx

quinta-feira, abril 07, 2005

Vou-me render aos caprichos do design...

Comentava eu com um amigo, que tenho visto algum do pessoal que anda agora a ter a sua primeira casa, a fazer questão de ter, como capricho, uma cadeira com design exclusivo, especialmente os arquitectos que tem destas manias.
Ora o meu amigo diz que caprichos desses só teve o de comprar um radio FM mono com apenas 2 ou 3 botões por 170 euros!!! O som é bestial, muto bem apreciado pelas melhores revistas de HiFi...mas, sim senhor estamos na presença de um capricho!!!
Agora sei que ele está a falar do Model One Radio de Henry Kloss produzido pela Tivoli Audio...confesso que já me rendi e já ando a pensar onde vou buscar os 600 euros para ter uma mini aparelhagem stereo da mesma marca constituida por 3 módulos!!!
No entanto, aflige-me que os preços para a Europa sejam 30% mais caros do que nos EUA, parece que globalização ainda não chegou a sério...

Ps:O representate oficial para o distrito de Coimbra é a Figueiraudio, que é cá da terra, tem outro encanto!!!

a 1ª crónica do irracional


Parafraseando um antigo colega de trabalho, o futebol pertence ao campo irracional da vida. Ora, em honra ao desporto-rei, cá vai a minha primeira tentativa racionalizar o irracionável (afinal de contas pertenço ao campo das ciências sociais). Confesso que estou animado para o jogo de logo. Dei por mim a interrogar-me sobre o meu possível excesso de confiança: "espera lá pá, não estarás tu com demasiado entusiasmo?". Decidido a indagar sobre os motivos que me conduziram a este estado de espírito, lá comecei eu a recuar no tempo. "Será pelos quatro secos plantados no Bessa?" Talvez, 4 secos ao Boavista enaltecem qualquer clube. Mas decidi viajar um pouco mais no tempo. Bem, na semana anterior, houve jogo da selecção. Aí o Ricardo evitou golos de "forma fantástica". Mas isso não explica tudo. "O que é que poderá haver mais?" Bom, para não me tornar excessivamente maçador, decidi não escavar muito mais. Fui só até ao jogo anterior. E aí redescobri os saudosos momentos vividos no Estádio de Alvalade a 21/03... O Barbosa a ultrapassar o Nuno Valente em corrida... Aahhhh! "cheira bem, cheira a Lisboa!" gritava-se da curva. Depois disto, ninguém compreenderia que eu não estivesse esperançoso. Afinal de contas praticamos o melhor futebol do campeonato. Lx

quarta-feira, abril 06, 2005

subida à rede


Só para o outro não dizer que isto não é um blog de gajos. Lx

particularmente ausente


As quartas-feiras de manhã são sempre desconexas. Hoje não foi excepção e vagueei pelo Google à procura de alguma coisa que me recentrasse o juízo. Invariavelmente dou por mim a pensar na escrita do José Cardoso Pires. Ou melhor, no "Alexandra Alpha" do José Cardoso Pires.
Era assim que eu (e muito provavelmente os desgraçados que um dia tiverem o azar de ler as palermices que eu faço) gostaria de escrever. Acho que ainda hoje reconheço a Lisboa que ele descreveu. Ou pelo menos gosto de pensar assim. Não fui capaz de ficar indiferente ao
retrato que o António Lobo Antunes fez.
Talvez seja melhor não provocar a ira do Patrão e descer à terra. Lx

VRRRRROOOOOAAAAAAAMMMM!!!!

A não perder às 2ªs feiras (começou esta semana) os livros do Michel Vaillant (1º a 1 €, restantes a 3.90 €) que vêm com a compra desse grande jornal nacional que é o Autosport (semanal) que para já continua a ter uma versão online gratuita, a bem da minha produtividade...

A colecção inclui uma versão inédita em livro de uma aventura apenas publicada por cá em fascículos há mais de 40 anos...

Se estão como eu a recuperar do rombo que foi a colecção do Corto Maltese do Público, encarem isto como um investimento para o futuro, não vão os vossos futuros filhos (batendo na madeira) do sexo masculino, interessarem-se por barbies e tal, tendo depois vocês que se tornar pais modernos, etc...

Corram para as bancas que ainda vão a tempo de apanhar o desta semana "O Homem de Lisboa"...

Remorsos Papais

Tenho abusado desde este passado fim-de-semana do humor à custa da da agonia e morte do Papa JP II, embora não tivesse chegado ao nível blasfémico da descrição da Última Ceia publicada por um blog bastante conhecido, com livro nas estantes e tal...

Agora que tenho visto pouca TV começo a sentir remorsos... apesar do mote para as piadas nascer em parte de algumas das minhas reservas em relação Igreja Católica, não deixo de pensar que o circo mediático que os canais televisivos fizeram à volta deste acontecimento facilita-nos as coisas em termos da propensão à blasfémia, nivelando as coisas por baixo.

Por exemplo, no domingo, a única vez que fiz zapping e na TVI não estava a dar as imagens do Vaticano, foi no momento em que se soube que afinal o Gonzo (ex-Excesso) não ia sair da Quinta em detrimento do coitado do Rui Esteves (ex-Benfica, ex-Campeonato Coreano)...

Tenho remorsos, porque afinal este Papa foi dos líderes mundiais que conheci, o único que trazia aos povos uma mensagem de esperança, certa ou errada, mas sincera.

segunda-feira, abril 04, 2005

última visita do Papa a Cracóvia


Estava eu em pleno Inter-rail. Fecharam as ruas por questões de segurança e não conseguia sequer atravessar a rua para chegar à estação de caminhos de ferro. Passou tão depressa que só o consegui ver através da máquina fotográfica. Por pouco não perdi o comboio para Berlin.
Não concordei (nem concordo) com muitas coisas que o senhor defendia (negar a utilização do preservativo não me parece lá muito católico), mas fica a homenagem possível pelo que de bom deixou.
Foi mesmo por muito pouco que não me lixou a ligação... corri que me fartei.

a minha inércia


O pôr do sol da Figueira torna-me preguiçoso.
O Hugo Pratt provocou este efeito ao
Corto Maltese, não com a Figueira, mas com Veneza. Ainda não fui a Veneza, mas duvido que mais alguma coisa me possa atingir desta forma. É raro o Domingo soalheiro na praia da claridade que resulte numa planificação cumprida. E ainda não me convenci que não posso fazer planos domingueiros ambiciosos.

sem público

Estou tramado, o "Público" passou a ser pago para a edição do dia. Com esta é que me lixaram, já não dá para escalpelizar o resultado das eleições ucranianas, as caneladas no túnel de acesso ao parlamento e as substituições dos jogos da superliga. A minha produtividade entre as 14:00 e as 14:30 está perdida... Vá lá que ainda tenho o "última hora"!

sexta-feira, abril 01, 2005

O lado escuro do blog...

Lembrem-se do albúm dos Pink Floyd, ou do "lado lunar" do Rui Veloso, não interessa, este post serve para marcar a estreia do que é, para já, a outra metade do blog...