sexta-feira, agosto 26, 2005

Estômago tiritante

Ontem, por coincidência com a 1º página do “Público”, vi esta Maria. Não sei explicar muito bem, mas parece que ando a ficar mais impressionável com o passar dos anos. Ou então ainda venho fresquinho das férias.
E vai daí, por falar em férias e obras que abordam temas delicados, conheci estes “Capitães de Areia” (curiosamente numa praia de calhau, ortopédica mas ortopédica...) nesta última temporada. Sei que são mais velhos que a Sé de Braga e que, muito provavelmente, devo ser o único tipo da minha geração a quem eles ainda não tinham sido devidamente apresentados. Mas, como não é novidade pôr-me escrever sobre velharias, gostava de deixar aqui cair que foi das coisas mais bonitas que já li (assim mesmo, com frase piegas e tudo).
Se alguém um dia souber onde se arranja o filme (de 1971...) por favor diga qualquer coisa (pode ser mesmo aqui, entre um ou dois insultos, hehehe!).

Lx

quinta-feira, agosto 25, 2005

A competência

A propósito dos fogos destes ano, a televisão lá de casa tem sido invadida por especialistas e comentadores à procura de soluções. Está-se a acabar a época, portanto entramos naquela fase da análise serena do problema.
Eu não percebo nada do assunto. Mesmo nada.

Depois de tentar acompanhar algumas das teses expostas, cheguei à seguinte conclusão: Portugal tem os melhores bombeiros, analistas, investigadores em floresta e ambiente, polícias, GNR’s, Presidentes de Câmara, de Juntas de Freguesia, de Institutos Públicos; a população mais voluntariosa, os meios mais sofisticados (com uma escassez ou outra – mas com um acréscimo de 1326% em relação ao ano passado); e já estamos a preparar para o ano mais caças bombardeiros, mísseis de água teleguiados e submarinos de prevenção de incêndios. Temos mesmo pessoal muito bom. Do melhor. O único sacripanta que não colabora é o sacanolas do fogo (e é sempre o mesmo a repetir a graça todos os anos).
Creio poder desde já avançar com uma pequena parte da explicação (é certo que ainda não dá explicar toda esta área ardida assim de repente, mas OK, é um contributo à medida das minhas capacidades).
Ora, o “Tuga” é uma espécie que gera não só todos os especialistas atrás referidos numa relação qualidade/preço imbatível, como tem ainda estrutura suficiente para formar incendiários de excelsa competência. Excelsa competência.
E é aqui que tudo se explica: o crónico diferencial Luso entre as melhorias do desempenho e produtividade do Sector Público (governos, câmaras, etç.) versus as do Sector Privado (a rapaziada do fósforo, sujeita à economia de mercado, mais exposta à concorrência, etç.) também se manifesta neste sector.
Desta forma, assumindo que de ano para ano toda esta gente optimiza qualquer coisa ao nível dos procedimentos (com formação e tal); este acréscimo de competitividade relativa dos “privados” face aos “públicos” confere-nos sempre alguma margem de progressão para mais uns hectares de área ardida. Voilà!
Lx

PS – Que me perdoem sobretudo os bombeiros que estão no terreno. Esses sim, vejo-os na televisão com ar exausto. Ar de quem, de facto, se andou a debater com o problema dos incêndios florestais este ano.

quarta-feira, agosto 24, 2005

A banda sonora

Chegados à “quarta feira”, parece-me inevitável deixar aqui qualquer coisa. O que era a algum tempo atrás apenas um desabafo às vezes transforma-se mesmo numa ideia parva e daí à concretização palerma a distância é geralmente demasiado curta. Só porque sim. Antes da partida, o diagnóstico era simples, fugir a más paragens e retomar a tendência certa, assim sem mais nada a acrescentar. Comecei entre sonhos intermitentes por céus desertos (perto da terra do Tipo importante). Por mais do que pouco mais que momentos prosseguimos entre esperas e escalas. Começam a surgir as primeiras filosofias à nossa volta. Ainda apenas uma pequena amostra. Antes da dança propriamente dita houve ainda direito a outro operador, este com linhas mais baixas e sem avarias. Primeiro destino alcançado, ficámos todo o dia seguinte, porque quisemos. E, lá os tentámos conhecer. De certa forma eu só gostava de dizer que valeu bastante a pena. E era bem reais os que por lá estavam. E com elas bem na modanão se podia pedir mais. Para onde boa gente vai, e sem hesitações, lá fomos mais para sul, numa de ecológicos, carregadinho de sentimentos pelo bólide entretanto contratado. A meteorologia começou a espernear, logo na primeira noite em suite, e estive quase à espera de ouvir os helicópteros, tal foi a confusão. Com o meu companheiro de cela, sem julgamentos, pusemo-nos a andar ainda com o S.Pedro e os astros a lacrimejarem. Talvez tenha sido a fase mais difícil, mal dormidos a andar como sombras. E não vale a pena negá-lo, umas horitas de sono nunca são demais. Mas com o nosso "espada", sempre gigantesco, nada nos poderia arrastar. Não em Roswell, lá encontrámos onde ficar no destino escolhido e felizmente ouve-se qualquer coisa sobre uma revolução climatérica. Também já chegava, adeus e abençoado. Nesta fase a simpatia pela gastronomia italiana ainda se encontrava “interminada” mas lá que os menus me começavam a parecer mais gananciosos… lá parávamos e seguíamos, mas nada a fazer. Depois de palácios e lojas do chinês, acreditem em mim, não houve parança por uns dias. Sem tristezas, por meio de ventos, praias demasiado bonitas para serem verdadeiras, ondas sem mutilações. Parte da alma talvez lá tenha ficado. É lá que deve ser o meu D, duas para mim, duas para ti, adiante, adianteUm “carnival”. E dias zen à mistura, entre esperas, “ferry pá, podes demorar mas não muito, que as escarpas vão-me distraindo”. Eu sento-me à espera... Por fim, invadimos as muralhas, beleza invulgar, uma autêntica mina de ouro. Foi também hora de despedidas sentidas, “espada”, não me procures mais, ai que partido que eu fiquei... Valeu-me que ali o mundo é bonito.
Por estes lados, que me perdoe a protecção ambiental, é que me senti lorpa. Área protegia? Com carros abandonados? 15 euros? Espera aí, anda cá, dizer-me isso duas vezes.
Já perto do fim, apesar de algumas saudades, não me apetecia ainda regressar Contudo insistir em ficar seria uma causa perdida. Também não estamos a falar do céu na terra. E cansado, à chegada, já queria alguma paz.
O problema de conseguir chegar quando assim se parte é a tentação de gritar desta forma na rua. A água de beber é que resvalou ligeiramente para estes lados.

PS – e eis que me ocorreu esta singela comparação. O equivalente a ter-me lembrado de fazer este post é tentar chegar à Croácia por terra a partir de Viena. 0-2...

Férias do trabalho...

...acabam-se por tornar férias do blog também, mas confesso que as férias do trabalho já terminaram. Embora haja muito para contar, a preguicite para voltar a martelar textos ao computador está-se a estender à escrita de posts...

Como tal, aqui ficam apenas algumas das lições aprendidas nas férias:

- Ser morenaço e com um bronze a roçar a monhézice é popular na Escandinávia, não é popular nos aeroportos da Europa Central pós-11-de-Setembro...
- Se a hospedeira é jeitosa, adormecer imediatamente...assim ela tentar-me-á acordar a com festinhas no braço para que eu ponha o cinto. Não acordar, para que a hospedeira tente ela própria colocar o cinto, gerando-se uma situação agradável...Se for um hospedeiro, alerta máximo, olho vivo, adormecer apenas depois de descolar e da refeição a bordo (ou melhor, da sande a bordo), sorrir apenas para garantir o chocolate...
- Reservar aluguer de carro com meses de antecedência...depois esgotam stocks e são obrigados a dar um espada por um preço de um Punto...
- Ter uma tenda não é condição única e necessária para ir acampar...
- O impermeável novo branco é giro até ter de se montar estacas na lama...
- Se o destino de férias for um paraíso do windsurf e existir um vento que tem a sua própria alcunha: desconfiar!!!
- Se junto às praias se vendem colchões de espuma e sapatilhas especiais para o banho: desconfiar!!!
- O naturismo é fixe, mas não aos 70...
- A caneca de ½ litro de cerveja é económica e melhora o clima...de qualquer refeição...
- Não comprar nada dentro de muralhas...
- É porreiro explorar ilhas...não é porreiro ser explorado em Parques Naturais...
- As eslavas são giras e distantes...
- As italianas são giras e ruidosas...(mas menos do que as espanholas)...
- As francesas são giras e hyppies...
- As americanas são giras e de plástico...
- As britânicas não são giras, mas são fáceis...
- Quem dorme em aeroportos, constipa-se...

Fotos depois...