quarta-feira, agosto 24, 2005

A banda sonora

Chegados à “quarta feira”, parece-me inevitável deixar aqui qualquer coisa. O que era a algum tempo atrás apenas um desabafo às vezes transforma-se mesmo numa ideia parva e daí à concretização palerma a distância é geralmente demasiado curta. Só porque sim. Antes da partida, o diagnóstico era simples, fugir a más paragens e retomar a tendência certa, assim sem mais nada a acrescentar. Comecei entre sonhos intermitentes por céus desertos (perto da terra do Tipo importante). Por mais do que pouco mais que momentos prosseguimos entre esperas e escalas. Começam a surgir as primeiras filosofias à nossa volta. Ainda apenas uma pequena amostra. Antes da dança propriamente dita houve ainda direito a outro operador, este com linhas mais baixas e sem avarias. Primeiro destino alcançado, ficámos todo o dia seguinte, porque quisemos. E, lá os tentámos conhecer. De certa forma eu só gostava de dizer que valeu bastante a pena. E era bem reais os que por lá estavam. E com elas bem na modanão se podia pedir mais. Para onde boa gente vai, e sem hesitações, lá fomos mais para sul, numa de ecológicos, carregadinho de sentimentos pelo bólide entretanto contratado. A meteorologia começou a espernear, logo na primeira noite em suite, e estive quase à espera de ouvir os helicópteros, tal foi a confusão. Com o meu companheiro de cela, sem julgamentos, pusemo-nos a andar ainda com o S.Pedro e os astros a lacrimejarem. Talvez tenha sido a fase mais difícil, mal dormidos a andar como sombras. E não vale a pena negá-lo, umas horitas de sono nunca são demais. Mas com o nosso "espada", sempre gigantesco, nada nos poderia arrastar. Não em Roswell, lá encontrámos onde ficar no destino escolhido e felizmente ouve-se qualquer coisa sobre uma revolução climatérica. Também já chegava, adeus e abençoado. Nesta fase a simpatia pela gastronomia italiana ainda se encontrava “interminada” mas lá que os menus me começavam a parecer mais gananciosos… lá parávamos e seguíamos, mas nada a fazer. Depois de palácios e lojas do chinês, acreditem em mim, não houve parança por uns dias. Sem tristezas, por meio de ventos, praias demasiado bonitas para serem verdadeiras, ondas sem mutilações. Parte da alma talvez lá tenha ficado. É lá que deve ser o meu D, duas para mim, duas para ti, adiante, adianteUm “carnival”. E dias zen à mistura, entre esperas, “ferry pá, podes demorar mas não muito, que as escarpas vão-me distraindo”. Eu sento-me à espera... Por fim, invadimos as muralhas, beleza invulgar, uma autêntica mina de ouro. Foi também hora de despedidas sentidas, “espada”, não me procures mais, ai que partido que eu fiquei... Valeu-me que ali o mundo é bonito.
Por estes lados, que me perdoe a protecção ambiental, é que me senti lorpa. Área protegia? Com carros abandonados? 15 euros? Espera aí, anda cá, dizer-me isso duas vezes.
Já perto do fim, apesar de algumas saudades, não me apetecia ainda regressar Contudo insistir em ficar seria uma causa perdida. Também não estamos a falar do céu na terra. E cansado, à chegada, já queria alguma paz.
O problema de conseguir chegar quando assim se parte é a tentação de gritar desta forma na rua. A água de beber é que resvalou ligeiramente para estes lados.

PS – e eis que me ocorreu esta singela comparação. O equivalente a ter-me lembrado de fazer este post é tentar chegar à Croácia por terra a partir de Viena. 0-2...

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