sexta-feira, março 31, 2006

Irracional insólito

Apesar de estar quase fora de prazo, cá ficam as incidências de mais um SCP-FCP. Não venho falar do outro FCP, porque seria Olegário da minha parte vir falar de um jogo tão antigo.
Aliás, não tenho por hábito alongar-me a comentar arbitragens duvidosas e manifestos jogos de influências que deturpam infamemente o desporto-rei, enlutando a verdade desportiva. Não, não o fiz antes e não faz nenhum sentido começar agora. Ainda que esta postura imponha um silêncio quase ensurdecedor face à escandaleira vergonhosa e completamente cretina que se manifestou em grande penalidades não assinaladas a 20 cm do árbitro, expulsões anedóticas de jogadores, foras de jogo completamente falseados e critérios disciplinares “á la carte”. Comigo não contam para vir para aqui clamar a irradiação deste árbitro, a morte por fuzilamento de um ou outro dirigente ou a repetição de um qualquer jogo de uma competição meramente secundária.
E lá fui eu ver o jogo, na esperança que a Olegarice não tenha feito infectado de morte a principal competição nacional. E começaram as surpresas.

Era suposto ser um jogo fácil, e o “mister”aproveitou para fazer várias alterações no “onze”. Lá estava o meu ódio de estimação, e um que já se julgava perdido (Olegarizado).
O Penafiel tem tido um papel inglório e que não desejo a ninguém, e os tipos transpiravam insegurança e nervosismo por todos os lados. Impressionante a forma como perdiam bolas e eram tímidos, mesmo em situações perfeitamente controláveis.
Do lado dos da casa viu-se um meio campo mais trapalhão, uns por falta de confiança, outros por falta de jeito (ou se calhar estava em dia não). A defesa, essa continua de boa saúde (não se vislumbraram Benquerenças). O Polga está em grande forma (até tenho medo de dizer isto, não vá ele voltar a desorientar-se).
Deu para perceber que o Deivid faz falta lá na frente (o Rudolfo não parece estar propriamente num pico de forma) e que o Liedson é incansável (ou quase, saiu a 10 minutos do fim, com uma dor na barriga...). E apreciar alguns insólitos.
Apesar do destaque que o “Público” lhe deu, o João Alves fez um jogo bastante banal. Acontece é que marcou um golão! Honra lhe seja feita.
Entretanto entra o Koke, e eu continuo sem perceber que se o tipo é bom ou não. Seguiu-se um jogo morno e, a poucos minutos o fim, algo que nunca vi as claques fazerem em Alvalade. A coisa estava perfeitamente controlada. Eu nem os estava a perceber bem no início. Eles, que insultaram o Peseiro por ele ter só ter ganho por 1-0 ao Setúbal em casa, começam a gritar pelo Paulo Bento. Sem insultos, pela positiva. E o problema é que se calhar tinham razão (contra o que eu achava na altura), porque a equipa, de facto, melhorou.
Lx

V de Vírus...

Ontem, quando parei o carro ao chegar a casa, reparei que o meu reflexo no retrovisor vibrava ao ritmo da linha de baixo da malha de hip-hop que vinha a ouvir...

Terei sido mordido pelo vírus do tunning?

Á noite fui ver o muy surrado pela crítica "V for Vendetta"...na minha opinião, confirma-se a curva descendente dos irmãos Wachowski desde a primeira matriz. Mas um filme com a Natalie Portman (mesmo de cabelo rapado) como leading lady nunca é um mau filme...Enfim, parece uma versão higiénica de um "1984", pós-11 de Setembro. Deixou-se ver...
Referência para os posters, de facto muito bonitos...
...e para o lema do partido totalitário de serviço:
"Strenght through unity, unity through faith."

quinta-feira, março 30, 2006

Reggae-bofe no zoo..

Já sabia que duas das estrelas de reggae do momento, o Patrice e o Gentleman, eram alemãs...ainda não ouvi os discos, mas tenho muita curiosidade, pelo menos no caso Gentleman.
Mas chegaram-me às mãos recentemente 3 discos de reggae que são exemplos da misturada cultural que é a música hoje em dia...
O primeiro é dos Fat Freddy's Drop. São neo-zelandeses e o reggae deles parece uma grande jam session jazzística muito negra...muito negra...
O segundo é do Matisyahu. este cromo é um jovem judeu que se converteu à ortodoxia hassídica. Com direito a barba comprida à Moisés, chapéu e tudo. Deu-lhe para cantar as antigas escrituras judaicas que relatam a sina do povo em registo reggae dub com uma pontinha de rock'n'roll. Só faz mosh quando não há mulheres entre o público porque a sua fé não permite o contacto corporal com o outro sexo. Tanto melhor para ele!
O terceiro é da Sinead O'Connor...de facto nada se compara a ela: ainda há uns tempos andava a rasgar fotos do Papa JPII, agora deu-lhe para os cânticos fumarentos a Jah Rastafari, rodeando-se dos mestres old-school do reggae. E não é que a voz dela resulta mesmo bem?
Estes 3 discos são bastante porreiros, por isso pergunto: Para quando um disco da Claudisabel produzido pelo Janelo dos Kussondulola e pelo Prince Wadada?
Os betinhos da linha iam saber apreciar.
É apenas uma questão de qualidade/quantidade herbal...
Como apregoa o Gentleman:
"I know Jah love is superior,
your Devil complex inferior, oh yes!
Worshipping material,
bowing to your silver and gold."
Ps:...e já me esquecia deste senhor, filho mais novo do tal de Bob não sei do quê...também quero ver se arranjo disco dele...

Linhagem...

JAF:"Bom Dia, Sr...."
SR...:"Oh, Engenheiro Ferreira...é pá...caramba! Já me podia ter dito que era filho do Engenheiro Ferreira, Engenheiro Ferreira!"
JAF:"Pois sou..."

quarta-feira, março 29, 2006

1 ano e 1 dia

Se só agora tomou contacto connosco e estava à espera de encontrar um blog, então...eehhhh...descontraia?

Para não variar, este vem atrasado.
Não me quero alongar muito, mas um ano é uma eternidade, tendo em conta o que para aqui vai, e tinha de deixar a minha laracha.
Já agora, ponto prévio, não era suposto ter lido o post do JAF, mas ando ligeiramente mais rápido a ler do que a escrever.

As minhas desculpas à Blogspot. Não fiz o trabalho de casa (fica para uma próxima) e, portanto, não sei exactamente o que motivou estes maduros a permitirem que qualquer camelo chegue aqui e, completamente à borla, publique palermices. Mas, apesar disso, desconfio que a apropriação das instalações, por vezes, não tenha muito a ver com o imaginado.
A questão é que também muito obrigado; todos os dias tenho de conviver com mentecaptos incompetentes, que são pagos para fazer coisas bem mais simples, sem um milésimo desta fiabilidade.

Para o público o discurso é semelhante.
(“Público? Qual público? Isto sou eu e o JAF que andamos a fazer 10 refreshes por dia. E quando achámos pouco, metemos o PSIL a bombar uns loads lá da Birmânia, ou lá de onde ele anda, que é para o relatório de audiências nos conferir um índice de valorização maior. Para além de nome em estrangeiro, já temos público asiático. Não tarda muito, vendemos o site a uns chineses palonços, sem que estes artolas da blogspot vejam um tusto... páginas na net à borla, armados em meninos...)

Desculpas, porque desconfio que nunca vos iremos dar aquilo que aqui procuram (como tal, não faço a mínima ideia porque não vão mas é trabalhar, ou para os copos, ou ter filhos, ou fugir aos impostos, ou comprar colchões, ou dar uma volta ao mundo ou marcar consultas no nutricionista).
Mas obrigado, não há outra forma de pôr isto. Quem se dá ao trabalho de nos dar atenção já merece um lugarzinho no céu.
(Isto está um bocado Abrunhosa – “se tivesse de gravar um álbum ao vivo era aqui”; mas pode ser que resulte: 10 diários meus, 10 do Jaf, quatro do outro na Birmânia que os teclados por lá devem ser de esguelha; mais meia dúzia apanhados no google que se entusiasmem com esta prosa e temos negócio. Talvez isto ainda chegue a livro, e nesse caso escuso de me preocupar com juros e candidaturas durante uns tempos).

Fazendo agora uso do meu ponto prévio, não creio que alguém possa deformar o indefinido. Quando começámos, não sabia muito bem o que queria e não há um dia que passe sem que me apeteça escrever alguma coisa ou acabar de vez com a minha participação (atrasada). Não sei lá muito bem o que se passará daqui em diante mas, graças a isto, tenho algum registo do que me atormentou durante o último ano.

E a eles também. Obrigado rapaziada, não sei se isto já será mais que a soma das partes, mas sei que sozinho não teria um terço da piada.
Lx

PS – A foto... bom, tenho publicado poucas e um dos objectivos claros disto era ir pondo aqui qualquer coisa. Mas não tem dado.
Esta é daquelas exclusivas do “analógico”, das que um tipo tira para acabar o rolo. Iluminações de Natal na Avenida da Liberdade, que isto aniversários de blog também são quando um Homem quiser...

terça-feira, março 28, 2006

1 ano depois e ...

...apesar do aviso...

...ainda cá estamos!

Só esse facto é motivo para um certo orgulho. Estava para recolher umas estatísticas bonitas sobre o número de caracteres utilizados, o número de fotos inseridas, mas não vale a pena...para quem partiu sem objectivos definidos e duvidava da viabilidade e utilidade do desafio, sinto-me completo com isto que está aqui, o que quer que isto seja.

1 ano depois, sinto absoluta necessidade de pendurar cá umas palermices regularmente, da mesma maneira que sinto que, regularmente, tenho que dar uns pontapés na bola, ouvir discos ou ver muitos filmes. Gosto que me leiam, mas não preciso de debater o que escrevo, o Fisterra não é um chat. Para isso existem as mesas de café e para além disso, aqui não se servem minis e tremoços, o que torna a conversa bastante mais aborrecida.

O outro caramelo fundador foi o primeiro a detectar essa necessidade, ou será que tinha outras ideias, não sei, talvez também ele já se tenha esquecido do que queria para este blog. De qualquer maneira, obrigado, pá...por teres sido chato e por me teres deixado deformar a tua ideia.

O facto de o terceiro prevaricador ter aceitado usar este espaço para partilhar imagens e palavras da sua viagem, que não nos esqueçamos é o seu trabalho, e, por inerência, a sua vida, dá-me muita satisfação. Muito obrigado também para ti, pá. É uma honra.

Isto está a ficar tão lamechas que já parece um babyblog, mas não posso deixar de deixar um atónito e agradecido carinho aos poucos, mas fieís leitores, que apesar de estarem fartinhos de saber que não temos nada de jeito para escrever ou mostrar, curiosamente, continuam a cá voltar.

1 ano depois, o espaço do cabeçalho onde seria colocado a declaração das intenções deste blog continua vazio. Será que vale a pena combater as evidências?

Deixa-o rolar...

segunda-feira, março 27, 2006

A paragem da paragem...finalmente...

Acho que já o aqui tinha dito no verão passado: é nas paragens da fábrica que se trabalha mais. Esta durou os últimos 8 dias.

Rotina é que a noite suceda ao dia, quando o descanso, lá ao fundo, ainda está distante.

Inspecções a buracos incandescentes, a tubos escuros com líquidos escuros e viscosos até ao joelho, a penduricalhos a 50 metros de altura suportadas de guincho, a pedregulhos a 10 metros de profundidade, há de tudo um pouco. Muito poucas horas de sono. A pressa de aprender aquilo que só se pode aprender de 16 em 16 meses.

A pedalada para estas coisas já não é a mesma dos tempos em que o kit de sobrevivência diário consistia em 2 maços de tabaco. Mas é bom que me lembre que ainda vou ter muitas semanas destas no pêlo.

Se escrevo este post é porque cumpri a promessa aos meus pés de repouso um alguidar de água quente por debaixo da secretária...para que eles esqueçam as agruras dos sapatos sexuais* dos últimos dias...

Desligo a TV quando está a dar o resumo do rali catalão, é que deram imagens de dentro do carro do vice finlandês...eu já não aguento nem mais uma palavra de finlandês, após uma semana rodeado delas.

Chi-chi, cama...porque hoje trabalhei e é domingo, amanhã é segunda.

*Num casamento num dia de verão em que deixei de fumar:
Psil: “Estes sapatos são um bocado sexuais...”
Jaf: “Sexuais?...Porquê?”

Psil: “F#$%&-me os pés todos...”

sábado, março 25, 2006

Quem tem medo do lobo mau, do lobo mau?

Este não tem medo de viajar sozinho...e também faz bom uso da polaroid e de uma Transit muito velha...

sexta-feira, março 24, 2006

IIIIIhhhhhh-haaaaáááá!!!


Ontem à noite arranjei um tempo para fazer uma coisa que já não fazia há 2 semanas: ir ao cinema...

Fui sozinho e acabei por ver a cowboiada do momento...contrariamente à sabedoria popular vigente, acho que vim de lá com a minha heterossexualidade intacta, porque quando cheguei a casa, assisti com muito gosto à meia final da champions league de vólei feminino...

De qualquer maneira, o filme é uma passeio no parque para quem, como eu, já se habituou a ver com interesse o “Queer Eye for a Straight Guy”. Continuo a não perceber a teoria de se achar que o bom gosto é exclusivo dos homosexuais, mas enfim, os tipos metem mesmo as casas num brinco e um gajo sempre tira umas ideias porreiras. Já a inenarrável, e felizmente defunta, versão da SIC, “Esquadrão G”, não passava de um bando de bichonas aos saltos muito, mas mesmo muito, pirosas.

Ah, o filme...é bom, bastante acima da média, e como tal, acima da mediana manta de retalhos que foi o melhor filme do ano para a Academia. Grande trabalho do Heath Ledger...o que fica é uma boa história de amor. Também eu não me importava de passar os dias a pastar e pescar nas montanhas do Wyoming, mas neste caso com a Scarlett Johansson ou a Halle Berry, vá lá...a Charlize, prontos...ou a Natalie Portman, ufff...

Entretanto, vou-me preparando para o segundo fim-de-semana seguido a trabalhar...

Ps: Que bom que o blog voltou a ter imagens dos paraísos que o capitão anchova vai encontrando...;) obrigado puto.

Australia




Quando não souberem onde ir, vão para a Australia.
As fotos são do início do mês, tou a ir das Maurícias para Madagascar.

segunda-feira, março 20, 2006

E isto no início da semana...

Devo andar com algum azedume, porque assim que o patrão entrou no gabinete, esbaforido, com um monocórdico: “Há aí papel?”; ocorreram-me um sem número de respostas indelicadas.
Felizmente, apontei para a resma que estava ao lado da impressora.
Lx

quinta-feira, março 16, 2006

Shhhh!!!....

Depois da oficialização da minha hérnia discal na zona lombar, livrar-me da minha pança, tornou-se uma necessidade de saúde...a opção estética é um bónus.

Devido à minha condição, as minhas opções de exercício físico são limitadas, logo tive de entrar no maravilhoso mundo das ciências da nutrição.

Não vou maçar ninguém com todos os conselhos que foram dados na consulta, mas deixo apenas algumas curiosidades:
- Descobri, para minha surpresa, que apesar do excesso de gordura, sou muito bem constituido a nível ósseo e muscular...eu que pensava que era um franganote.
- Existe um só único produto "light" que não é patranha de marketing. Alguém adivinha?
- Estou aconselhado a muita coisa, mas estou proíbido de uma única coisa: não me posso pesar.

Já me estou a ver numa esquina, com uma grande ressaca da ausência do contacto íntimo de balança, a chatear os vendedores do mercado:
"Psst, ó chefe...não tem uma balancinha que me arranje...pode ser uma daquelas de ourives, com dois pratinhos e pesos calibrados e...ahhhhhh!!!" (baba, baba).

Também me desaconselharam a fazer alarido desta coisa de perder peso, logo este post é a minha primeira prevaricação...Ah, mas é verdade, ninguém lê o blog. Por isso não há problema...

Ah, já me esquecia, light, light, só o queijo-creme...

terça-feira, março 14, 2006

A Vª milena...ou a Xª quinhentola...

...ou 14,3 visitas por dia...podia ser pior, para quem não tem links, não está mal.

Irracional Substituto

Depois de mais um fim de semana afastado de uma das etapas fundamentais na caminhada para o título, e sem me referir a outros aspectos relevantes da jornada, venho falar do outro campeonato.

Primeiro aspecto a realçar é que não é fácil, nesta proveta idade, preencher metade de um campo de futebol de 11 (embora isso não sirva de desculpa para tudo). Mas já vi a coisa pior, no
início nem sequer me divertia.
Desde o sacana do frio (jogar com 4,5º às 23:00, ainda por cima ao domingo, já lhe achei mais piada...); às constantes argumentações e contra-argumentações a atirar para o vazio (apesar de tudo, nada que se compare aos craques); a quase ter de explicar que nenhum de nós estará ao nível da superliga (a alguns, isto talvez não fosse assim tão óbvio no início); ao convívio com tipos completamente doentes. Mas completamente doentes! Gajos que (e eu não sou psicólogo) devem vir com uns traumas valentes de casa (há uma equipa particularmente irritante, parecem todos familiares do João Pereira; um deles foi expulso por protestos contra nós, e ficou a chagar a paciência ao organizador do torneio até ao final do jogo, a papaguear jurisprudências de direitos adquiridos e ressarcimentos, enquanto citava passagens do código civil...).

Bem, felizmente a meteorologia começou a dar tréguas, os emails acalmaram e a bola já não escorrega tanto (se bem que ainda continua rápida, a $#&/!). Para além de perdermos e empatarmos, até já ganhámos. Contudo, o reviralho está à espreita.

Num daqueles dias de semana em que o sono não aperta, e passa para cá o comando, não sei para que é que servem estes canais da TVCabo... espera lá... é mesmo ele... Jogo no Memória, Benfica Vs qualquer coisa Polaca:
“Ahhh! Saudosos tempos em que o Damásio era o Presidente.”
De pássaro ao peito, lá estão alguns dos três mil jogadores contratados nessa promissora temporada. Entre eles, um verdadeiro animal, que na altura era apontado como o sucessor deste: Bruno Caires.
Eu lembro-me dele a começar a jogar nos seniores e de lhe augurar um futuro brilhante. Quis o infortúnio que agora o vá ver mesmo, mesmo, ao perto, lá mais para o fim do mês...e esta mania se forçar a carga de ombro para que o atacante abrande talvez já não seja grande ideia... ainda por cima temos de lhes ganhar para continuar na Taça... OK...

Outro momento que se adivinha particularmente doloroso, é o reencontro com uma equipa de rapaziada mais nova. Em média, têm menos 4/5 anos; mais 4 kg e mais 5 cm do que nós (viram? Até já falo no plural, o próximo post sobre isto já deve ser na terceira pessoa!). Ao terceiro jogo de treino, apanhámos 8-1. Quando os defrontámos “em competição”, já só foram 5-0 (comentário do progenitor, que por acaso estava lá por casa: “Melhoraram, melhoraram; isso parece a temperatura a subir, sem chegar aos 0º...). O que vale é que não fomos os únicos corridos a goleada (ou se calhar, não vale...)

Há ainda um reviralho semanal a juntar à lista: aguentar os jogos com os entradotes daqui do edifício, que, cá para mim, se andam a vingar à grande. As coisas ficaram equilibradas, dado que às terças, já ninguém corre...
Lx

quinta-feira, março 09, 2006

O Aníbal matinal

Em dia de regresso ao Cavaquistão, o acesso ao local de trabalho voltou a revelar-se pitoresco. Poucas semanas há que eu não me cruze com uma "manif". Das várias insensibilidades que o urbanismo me conferiu, esta é sem dúvida das mais potentes: quero lá saber qual é a taxa de alcoolemia no sangue que dá direito a multa, dos direitos adquiridos dos funcionários da justiça ou da idade de reforma dos enfermeiros; de manhã, não quero é atrasar-me, portanto vão mas é trabalhar!
[Por momentos, senti-me a usurpar indevidamente o cargo de reaccionário deste blog, vamos lá ver se consigo equilibrar isto].
Mas hoje o dia é especial e tentei meter o meu ar mais composto enquanto cruzava os PSP’s de óculos de sol (eu e os CI’s), não fosse o Aníbal aparecer na varanda. Acho que não apareceu e ainda bem, ainda via ao longe os jardineiros negros, de calças rotas e gorros desfiados que ainda por ali andavam, perto dos jardins de S. Bento. Também era complicado, era preciso estar com o olho afiado; a fila de carros de alta cilindrada estava resplandecente, a rapaziada motorista aprumadíssima, enquanto comentavam os aspectos cruciais do jogo do benfas.
[Cá está: duas tiradas esquerdosas, equilíbrio restabelecido].
Deu ainda para admirar o helicóptero equipado com um sniper, daqui da secretária, espectáculo que recomendo vivamente. As nossas forças armadas melhoram a olhos vistos - há dez anos, destas coisas, só nos filmes.
Entretanto, chegam-lhe com “A Portuguesa”, mais uma vez brilhantemente interpretada pela banda da GNR. Eu desconfio que eles não ensaiam outra coisa, parecem-me cada vez mais afinados. O pessoal aqui da sala já quase que se põe em pé, hirtos em pose de Estado, sobretudo naquela parte já do final, em que os pratos entram em crescendo épico.
Bem, o mais curioso nesta paranóia de segurança é o aparato. Só um louco dispensaria cuidados redobrados nos dias de hoje, é certo, mas às vezes fico com a sensação que ela é desenhada para neutralizar uma horda de visigodos estridente, armada de machados. Isto porque, um tipo como eu, passa de mochila e auricular a escassos metros do centro nevrálgico da cerimónia.
Mas é melhor assim, Aníbal, não me cortes as ruas que ainda me atrapalhas mais. Já agora, cá fico à espera pela tão propalada cooperação institucional que tu e o Zé têm anunciado. Vá-se lá saber porquê, desconfio que os colunistas que encomendaram me estão a dar qualquer coisa de conversa fiada, embora reconheça que a estratégia de quem quer ser reeleito passe por aí. Tem é cuidado, que a vez dele chega primeiro.
Lx

Apelo: "Oh captain, my captain..."

Então pá, perdeste-te na linha internacional de mudança de data?
Queremos mais fotos!!!
Senão as pessoas ainda pensam que isto é um blog com um número mínimo de parágrafos por post, tipo consumo mínimo...

quarta-feira, março 08, 2006

Irracional de Metro

No Sábado o tempo não augurava nada de bom... e eu já tinha visto aquele filme nalgum lado. Vai daí, sou alertado para o facto de um dos habituais parceiros de curva estar impossibilitado de dar o seu habitual contributo. Cabia-me a vez de arranjar substituto e a solução óbvia passava por ter de responder a várias perguntas durante o jogo... mas OK.

Chegado a Domingo e praticamente desconhecedor do fim de semana futeboloso até ao momento, lá entrámos com o habitual atraso no metro. À chegada pareciam poucos, os adeptos, embora o S. Pedro se estivesse a portar bem, nem muito frio e nem a invernosa da última incursão.

O jogo começou agradável, finalmente o futebol começa a aparecer (se calhar até não escolhi mal os jogos a que faltei, Hehehe!). Mas nem tudo foram rosas... este parecia ter desaprendido muito e, aqui ao amizade, nada resultava bem. Começou-se a suspirar pelo “Levezinho” (ou “Ligeirinho” como diz aqui o porteiro do edifício), e o excessivo desânimo do ponta de lança de serviço aos poucos contaminou o público, com o “HU! HÁ! Douala” trapalhão como de costume, mas sem que daí se retirassem os habituais dividendos.

Atrás de mim tinha dois autênticos marretas, velhotes, indivíduos já muito calejados nestas coisas dos domingos de bola, que começavam a produzir os habituais desabafos de auto-flagelação; o já era passado e o Nani um puto mimado. Inquietação, muito perigo e nenhum golo. E alguns contra-ataques. Chatos, os contra-ataques, embora esta defesa não tenha vacilado (este tipo veio em boa hora).

“Porque é que estão a assobiar tanto?” - essa era nem eu percebi à primeira (também tive de perguntar), deste caramelo não gosto nem que ele vá à selecção (que Deus nos livre e guarde). Sempre que tal personagem pegava na bola vinham insultos daqueles cá de dentro, sentidos.
“Consegues distinguir os jogadores?” – sim, assim como há quem distinga o saudável do cariado; é um misto de coisa inata com horas e horas de aperfeiçoamento, discussão e eventual prática pontual. Se está sempre a refilar, a dar cotoveladas, é emprestado pelo benfas.

Intervalo. “E agora vamos para onde?” – bem, não vamos a lado nenhum...
A noite é agradável, mas golos nem vê-los. Os tipos do galo ganharam o sorteio inicial e agora temos de ver os golos ao longe.

Segunda parte. No início, com mais do mesmo. A temperatura começa a ser secundária e a atenção vai-se centrando cada vez mais na tradução do esquema táctico no gramado. Vamos lá, vamos lá!
E é nestas alturas que o futebol se transfigura. O silêncio nunca é total, as claques lá vão entoando uns cânticos. Mas quando a apreensão é grande, parece que cada um dos espectadores se começa a lembrar de outras jornadas de ataques perdulários e defesas quase apanhadas em contra-pé; instala-se uma letargia venenosa. Não evito a comparação profana: sobretudo devido aos anos de escuteiro, lenço ao pescoço e obrigações institucionais com o divino, assisti a mais missas do que gostaria. Raras vezes ouvi tudo o que era dito e muitas observei a expressões à minha volta. E acho que são parecidas, alguém fala lá ao longe, alguém dá algum sentido ao facto de ali estarmos todos mas, na realidade, estamos a pensar noutras coisas, diria que abstraídos.

“Quem é que saiu?” - Bem, aquele de quem não gostaste. E não sei este é bom ou não, não houve ainda tempo de confirmar nada, embora o nosso Sebastianismo interior já o suplique. Só hoje...
E resultou mesmo; pragmatismo, remates sem cerimónia e 3 pontos em caixa. Deixámos o autocarro em direcção ao metro.

PS – As fotos, de polaróide alheia. E só a segunda é que é da minha safra (ganhou-me aos pontos...).

Férias 3

Para completar a triologia de posts sem interesse, como engenheiro e tal, vou fazer um ponto de situação em relação aos objectivos enunciados antes das férias:
- Fazer uma TAC às costas;
Cumprido. Diagnóstico na próxima 3ºfeira.
- Consulta no nutricionista;
Meio Cumprido. Marcada para na próxima 4ºfeira. Ontem ainda malhei no tiramisú.
- Consulta no dentista;
Incumprido. Não quis estragar as férias e assim tenho desculpa para sair a horas do trabalho um dia destes.
- Revisão ao carro;
Cumprido.
- Entregar o IRS;
Cumprido com louvor. Não só entreguei o meu, como o do meu pai, o da minha mãe e o da minha avó. Isto sem net. Na repartição, ali, à espera com rabo nos degraus frios...à old-school.
- Visitar 1/2 dúzia de bancos para escolher o empréstimo para a casa;
Cumprido. 5 bancos numa manhã, sou um cordeiro a negociar spreads. Esforço inglório porque as obras no meu prédio pararam. Contrutores civis, raças a evitar. Só eu sei...
- Continuar a escolher móveis para a casa;
Incumprido. Ver ponto anterior
- Nada de Internet...nada de blog.
Cumprido. A info-exclusão perdura.
Total: 70%.
Outros pontos de interesse:
- 3 visitas ao bergas em 7 dias. Fígado é que sofre.
- Na sequência da última visita ao bergas, adormeci no dia seguinte no cinema do CAE a ver "A noiva cadáver" do Tim Burton. O filme é muito giro, mas não há pachorra para musicais. Não com aquela ressaca.
- Óscares em directo. Grande Jon Stewart. O melhor filme, "Crash", para mim não passa de um cruzamento de uma data de clichés. Dos outros nomeados para melhor filme, o único que vi, "Munique", encheu-me bem mais as medidas. Continuo à procura de uma call-girl para me acompanhar à cowboyada.
- 3 livros a penálti, a saber. "Código Da Vinci" em 8 horas (descontando as 5 tentavivas anteriores para o ler), parando para jantar; o já citado "Codex 632", também em 8 horas, dvididas por duas tranches. E finalmente o livro de crónicas do RAP na Visão em 55 minutos. Os dois primeiros salvam os romances muito fracos, com o interesse dos factos históricos. O último é aquela base...Já li 60% do que li no ano anterior inteiro. Se não tenho cuidado, ainda apanho alguma úlcera.
Por hoje é tudo...

Férias 2

Isto às tantas dá expulsão do blog... mas... isto é tão bom, que tenho de o por aqui.
Excerto da conversa entre Tomás, o trintão professor universitário de Criptologia de olhos verdes, e Lena, a fogosa e voluptuosa estudante de Erasmus sueca:

“A sopa de peixe norueguesa é muito rica. Vai ver que, quando acabar de a comer, se vai sentir enfartado."
Tomás trincou um pedaço de peixe, pareceu-lhe abrótea, temperada pelo­ líquido branco do caldo.
“Porque razão é branca a sopa?", admirou-se ele. "Não é feita de água?”
“Leva água, mas também leva leite.”
“Leite?”
“Sim”,assentiu ela. Parou de comer e fitou-o com uma expressão insinuante­. "Sabe qual é a minha maior fantasia de cozi­nheira?”
“Hã?”
“Quando um dia for casada e tiver um filho, vou fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas."
Tomás quase se engasgou com a sopa.
“Como?”
“Quero fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas”, repetiu ela, como se dissesse a coisa mais natural do mundo. Colocou a mão no seio esquerdo e espremeu-o de modo tal que o mamilo espreitou pela borda do decote. "Gostava de provar?”
Tomás sentiu uma erecção gigantesca a formar-se-lhe nas calças. Incapaz de­ proferir uma palavra e com a garganta subita­mente seca, fez que sim com a cabeça. Lena tirou todo o seio esquerdo para fora do decote de seda azul; era lácteo como a sopa, com um largo mamilo rosa-claro e a ponta arrebitada e dura como uma chupeta. A sueca ergueu-se e aproximou-se do professor; em pé ao lado dele, encostou-lhe o seio à boca.
Tomás não resistiu.
Abraçou-a pela cintura e começou a chupar-lhe o mamilo saliente; o seio era quente e macio, tão imenso que afundou nele a sua cara. Encheu as palmas das mãos com os dois seios e apertou-os como se fossem almofadas, numa pulsão de luxúria, queria-os sentir fofos e gostosos. Enquanto ele a mamava, Lena desapertou-lhe o cinto e o botão das calças; correu a braguilha para baixo­ e tirou-lhe as calças com um movimento rápido. Privando-o dos seus seios, depressa o recompensou de outro modo; ajoelhou-se aos pés da cadeira, inclinou-se sobre o seu regaço e encheu a boca. Tomás gemeu e perdeu o pouco do controlo que lhe restava sobre si mesmo.


Excerto do livro “O Codex 632” de José Rodrigues dos Santos

O orelhas, com aquela cara de santo, saiu-me cá um safado, hã?
Teremos entre mãos mais um candidato a autor do “O meu Pipi”?

Férias 1



quarta-feira, março 01, 2006

A lógica do D. Duarte

Tenho cá para mim que começar um post com uma citação do D. Duarte não é propriamente abonatório. No entanto, cá vai.
Respondia o senhor em causa, há uns dias no "Pessoal e... transmissível" da TSF (31 de Janeiro de 2006), quando lhe pediram para indicar uma característica própria do povo Português, que tínhamos um problema de falta de lógica. Isto vindo de um monárquico dá que pensar.

Dizia ele que a nossa inteligência não é inferior à dos restantes povos, que somo assim como toda a gente; mas que quando agimos, o fazemos contra a nossa determinação. Votamos em quem não gostamos, queremos que as coisas fiquem melhor, mas a coisa não passa daí. Mais ou menos o fado português habitual, mas descrito de forma singela.
Não creio que o D. Duarte seja propriamente um vulto do pensamento sociológico, mas confesso que me surpreendeu. Embora faltassem acrescentar uma data de factores à análise, não consigo deixar de lhe dar razão.

De uma das últimas vezes em que não contrariei essa tal de lógica, resultou essa obra prima aí em cima. E acontece que, de entre diversas condicionantes de qualidade, foi das menos más do rolo em causa (imaginem as outras, hehehe!). Apesar de ter saído precisamente ao contrário do pretendido - não era a semi-fronha de um dos animais que escreve neste blog que eu pretendia apanhar; era mesmo o bar com mau aspecto onde ficámos a entreter uma jola Irlandesa antes do avião de regresso (isto do analógico tem destas subtilezas: quando finalmente se vai revelar é que afinal parece que não...).
Tinha de ser à pressa, porque a clientela era um bocado para o diversificada, tal como a música, e se a coisa desse para o torto já nem pernas tínhamos para correr (sobrava terreno).
Talvez resultem mais destas à pressa. A conferir.
Lx