quarta-feira, junho 28, 2006

Um santo popular...

Este ano o S.João foi como deve ser:

Nasceu com bom vinho tinto para um jantar tardio.

Cresceu nos arrais com danças desajeitadas.

Envelheceu na praia à volta da fogueira, ao nascer-do-sol, com a companhia certa.

Pereceu na manhã solarenga em passos trôpegos e sorridentes a caminho de casa.

terça-feira, junho 27, 2006

O lado escuro a descoberto

É um bocado complicado descrever o gozo que dá ler um livro destes.
Como qualquer livro da área, está cheio de verdades inquestionáveis um pouco dúbias, sendo que este ainda se dá ao luxo de enveredar por temáticas melindrosas.

A fenomenal lista de palavras de anúncios imobiliários associadas às melhores e piores casas; a razão dos traficantes de droga morarem em casa dos pais; como estudar a batota dos professores; a forma mais eficaz de combater o Ku Klux Klan; uma abordagem profundamente pragmática da influência da paternidade obsessiva no desenvolvimento das crianças (até porque ambos os autores são pais); e, claro, a já clássica relação entre a despenalização do aborto e a diminuição da criminalidade.

Esta última com um capítulo (a meu ver) extremamente interessante, onde se põe a nu a real eficácia das políticas implementadas por Giuliani em Nova York (as que passavam por castigar todos os delitos, começando pelos menores, por forma a implementar uma nova mentalidade na rapaziada mais nova). Este ponto é-me especialmente querido, porque depois de ter lido há uns anos uma reportagem do “Expresso” sobre a iniciativa, dei por mim a aturar o Paulo Portas a decalcar esta filosofia na televisão. Logo aí fiquei de pé atrás, agora percebo melhor porquê.

Um dos poucos autores que conheço da Sociologia Política tem direito a uma brevíssima passagem, mas a esse tenciono regressar de forma diferente, em breve. Só registo o facto, porque me pôs de sobreaviso: cuidado com quem questiona tudo de forma leviana, o “libertarismo” de Nozick nunca me pareceu bom conselheiro.

É sempre abusivo apelidar um livro de obrigatório, mas, perdoem-me o ênfase, é-me extremamente complicado descrever o gozo que dá ler esta análise dos mecanismos de incentivos.
É caso para dizer que todos reagimos a estímulos. Bons ou maus.
Lx

Solidariedade para com os Balcãs

Eu tinha cá para mim que o Kosovo dos anos 90 permaneceria como uma negra recordação no subconsciente da humanidade, sobretudo devido à limpeza étnica encetada contra os civis Albaneses. Houve ainda o mau precedente aberto, com a intervenção da NATO sem mandato das Nações Unidas (algo que bastante jeito deu ao Georjinho W, uns anos mais tarde). E, geralmente, ficava-me por aí, já eram demasiadas tragédias associadas a um só sítio. Mas eis que surge, um pouco mais tarde, o Jaime

É caso para dizer que nem só de urânio empobrecido se fizeram os danos colaterais.
Consta (por tudo é moça a rondar os 30) que foi por lá que tudo se iniciou. O desespero, a melancolia, os sentimentos verdadeiros de solidão, os três acordes por música e a cruz de muito boa gente amante do FM; foram meses e meses de bombardeamentos de “You’re beautiful” – fizeste-la bem feita, Milosevic.

Eu não tive culpa, aliás, tudo fiz para chegar a horas, mas foi mesmo impossível. Ainda deu para perder duas músicas e meia e safei-me ao responso – sempre existem milagres.

Pelo caminho, apanhámos duas tresmalhadas que não sabiam aonde era o Coliseu. Eu ainda estava para desabafar “É pena, é uma sala bonita para concertos ao vivo, para a próxima hão-de experimentar”, mas como, para além da “sócia”, estava acompanhado por uma guarda armada composta por duas leitoras (mas quais leitoras?) aqui do pasquim, achei por bem preservar a integridade física (creio que elas me tinham tomado de ponta).

O atraso só foi pena porque até tinha ensaiado alguns comentários que tencionava exclamar um tom e meio acima do normal, em jeitos de experiência sociológica (“Viram a entrevista dele ao Blitz? Finalmente assumiu a homossexualidade!” ou um “Deu ontem um documentário na BBC em que ele apresentou o tipo que lhe escreve as letras”). Fica para uma próxima.
No meio da escuridão ainda nos perdemos uns dos outros (parece que estava a dar uma música "muito gira") e, já agora, o meu apelo aos organizadores, faz falta um bar ali no meio quando se trata deste tipo de eventos (é um sarilho para sair e voltar a entrar).


A multidão estava ao rubro, com o público completamente ao seu dispor (calma, eu não…). A banda era competente, sem complicar, mas a arranjar uns floreados, temperados com solos qb. O espectáculo de luz estava bem esgalhado e ele fazia por animar as hostes: corria, falava, alinhava com os restantes músicos, vinha cá para a frente franzir o sobrolho e mostrar as dentolas, numa de “hard rock”, enquanto se mantinha a tocar o mesmo acorde durante dois minutos, numa pose “sou tão selvagem, eu!”.


O mulherio apreciava a desenvoltura e estou em crer que até quereria mais. Uma senhora, já nos seus 50, cabelo grisalho (e provavelmente até pessoa respeitável), não conseguia conter um frenesim epiléptico que, por momentos, me pareceu excessivamente próximo do AVC.
Apesar de lhe apreciarem sobretudo a sinceridade, a humildade e a simpatia; a generalidade das senhoras parecia estar a descair agora para um tipo de preferências mais carnais. “James, you’re beautiful!” esganiçava, perto de mim, uma pobre vítima da globalização.

Entretanto a coisa chega ao fim, muitos “Oh!!! Já?!”, mas não se pode pedir mais actuação a quem, com tanto esforço (e 8 palavras), ainda só fez um álbum. Não se renderam as meninas (eu bem avisei, se não se calam, ele volta) e ele lá reapareceu, para tocar as duas que faltavam e ainda uma nova (igual às outras).
Mas o pior não foi isso; como dizia um avô meu, “Quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado vem” e, qual o meu espanto, quando o sacripanta e restante maralha soltam, na guitarra, o mi do “Where is my mind”.
“Isto é Pixies” deixei escapar, imprudente... Fiquei em choque (ainda agora sinto calafrios, quando me lembro disso), e dei por mim com três indivíduas a observarem-me ostensivamente, em pose de guarda prisional. Instalou-se um dilema: se ficasse parado, parecia estar a renegar os sacrossantos Pixies; porém, se me mexo, afinal o “Pato” até tem bom gosto e canta bem.
Estava ainda a contemporizar, quando o chavascal feminino reaparece. Acontece que, numa das pausas da música, as luzes apagam-se e ficam projectados uns malmequeres cor de rosa, aos rodopios. Vá-se lá saber porquê, isto causou uma sensação de êxtase na populaça, que se manifestou em suspiros delirantes, e eu consegui “desviar para canto” (embora, mais tarde, fosse devidamente massacrado).

E foi mais ou menos assim que sobrevivi. Quanto ao final da festa, estreia penosa da “Uèlèlèlè FM” no audiovisual. Fiquei encarregue de captar imagens (afinal de contas, eu conseguia manter a plena posse das minhas faculdades mentais), tarefa que não me correu muito bem. Dado que a polaroid permitia a captação em vídeo, fiz uma gravação relativamente extensa da tal música maldita.
E eis chegado ao único ponto de interesse deste post:
Vídeo do James Blunt do concerto em Lisboa! (isto já deve dar para aparecer no google, mas eu vou chegar-lhe outra vez);
Vídeo do James Blunt, concerto em Lisboa! (a imagem e o som são maus – sobretudo o som - mas é mesmo o Jaime; não sou eu ali no piano bar do Sheraton).

JAF, para ti que quase estavas a encomendar um puto do Bangladesh em nome das audiências deste blog, fica aqui expressa a minha solidariedade.

PSIL, calma, respira fundo pá, também não é razão para te meteres já num barco.

Quanto aos restantes (quais restantes?), se algum dia tiverem dificuldades em deitar cá para fora aquele álcool que ingeriram em excesso, é só clicar aí em cima do lado direito...
Lx

terça-feira, junho 20, 2006

México II

Aquário

Passarocos

México

Caveira sorridente

Cemitério I


Cemitério II

sexta-feira, junho 16, 2006

Posto no meu lugar...

...ou seja, a insignificância fotográfica.

Desta vez o tema do concurso era "Black and White". Foram os "pros" todos a concurso e no total houve 71 fotos.

Vamos aos resultados:

Favourite Shoes - 28º lugar

Float - 42º lugar

Twilight Friends - 51º lugar (duas menções honrosas).

Ao menos tive pontos nas três fotos, sim que isto pode ser como Portugal na Eurovisão: "Le chanson du Portugale zerô pointes...".

Ainda não percebi porque é que as minhas fotos menos votadas levam mais menções honrosas...

Resultados completos: AQUI!!!

Galeria completa do concuros: AQUI!!!

O que interessa é que ando a divertir-me à brava.

Próximo tema: "Shadows". Se a borrasca não e o sol não acorda, tou lixado...mas já tenho ideia de uma pessoa que pode servir de modelo, ehehe.

Uma festa...

Numa boleia que já mencionei anteriormente, falava-se em espiritualidade e em utopia. Tenho sido mau advogado em causa própria, dou por mim a questionar coisas que até me dão jeito, não consigo evitar concordar que nos dias de hoje faz falta qualquer coisa de fantasia. Numa das raras ocasiões em que isso me parece mentira, é na noite de S. António em Lisboa.

Na minha concepção da coisa, a ideia costuma ser bastante simples, andar por sítios onde normalmente não vou e apreciar a festarola.

DJ’s domésticos, ou seja, pessoal que aproveita o facto da sua rua estreita ser hiper-movimentada para abrir literalmente as portas (e janelas) de casa e, com aparelhagens a roçar o profissionalismo, darem o seu “show”.
Grupos de rapaziada que monta o seu estaminé artesanal para vender a jola a 1 euro, o rissol, a tarte, o “quish” (também tudo a 1 euro…) - houve um de fato e gravata a despachar mercadoria do porta-bagagens de um “Clio”.

Tudo se vende, inclusivamente as idas à casa de banho (50 cêntimos, num dos cafés). O masculino desenrasca-se sempre, melhor ou pior (apesar da movimentação das ruas, a vontade, quando aliada à descontracção de meia dúzia de jolas, não se compadece com vergonhas). Já no feminino, todo o cerimonial que envolve o alívio, inibe uma resolução tão descomprometida.

“WC só para clientes”. Nesse caso queríamos ser clientes, dado que até havia mesa.
“Escreva aqui neste papel o que quer.” – talvez o elixir da juventude eterna, mas lá optámos por um chouriço assado, uma jola e uma sangria.
Seguiu-se a espera. Entra mais gente. Uns também queriam integrar-se nesse selecto grupo dos clientes, outros só queriam a casa de banho. Nós já estávamos filiados, a seguir a ela, fui eu.
Sinto sempre qualquer coisa de transcendental quando finalmente consigo exportar o excedente de 4 cervejas; o mundo recomeça a andar mais devagar e até a redução do défice público me parece uma meta razoável. Mas este momento de simbiose espiritual foi bruscamente perturbado por uma reposição da legalidade.
Um tipo pouco condescendente com as regras impostas pelo estabelecimento, optou por uma estratégia de confronto para com a hierarquia da casa, e irrompeu pelos lavabos. A reacção foi pronta e eficaz; munida de uma vontade férrea, a guardiã da regulação da sua economia de mercado, inviabilizou esta OPA hostil e remeteu o indivíduo em causa para fora da bolsa de excedentes. Não consome, não reúne os pressupostos exigidos por lei, deslocalize-se para um qualquer mercado emergente.

De regresso à mesa, tive também eu de rebater uma acusação igualmente mediática: “Se só bebem, têm de vagar a mesa, temos muita clientela hoje.”
Mas eu tinha os estatutos blindados: “Escrevi há pouco num papel que queria um chouriço assado (do qual estou à espera há 15 minutos), acho que os regulamentos nos contemplam o usufruto de mesa”.
Conflito sanado, eis que surge o tal de chouriço, comigo já esganado de fome (não estava mal, e se calhar foi do cansaço, mas ainda agora não me ocorre nenhum factor justificativo para que custasse sete euros e meio).

Tive assim o privilégio de assistir a diversas negociações que envolviam o WC, enquanto dava cabo sete euros e meio de chouriço e de dois pães de 50 cêntimos a peça.
Bandos de cachopas de olhar alucinado e suplicante por quatro paredes e uma sanita encontraram, invariavelmente, a determinação olímpica da nossa anfitriã; se há mesa podem-se sentar e ser clientes (e para isso, minhas caras, não basta beber), caso contrário, cantiga da rua…

Já no fim de festa, à procura do táxi, ainda tropeçámos numa festa um tanto ou quanto bizarra, música e tudo a dançar no meio da rua.

A confusão costuma ser assinalável (e o público diversificado), por isso nunca me atrevi a levar máquina – os meus agradecimentos à “sócia” por alinhar em trazê-la. Renovadas desculpas pela falta de qualidade das imagens; para além de algum mau feitio digital, nestas noites, vários outros factores contribuem para uma certa falta de discernimento na altura do clic…
Lx

quarta-feira, junho 14, 2006

Borrasca em Junho...

...fui tentar a sorte com os relâmpagos para a varanda.

Soube hoje que na mesma altura andava pessoal na praia com oleados e tripé para fazer um trabalho como deve ser. Tenho de comprar o tripé...

Tremida...
Desenquadrada...Et voila. Esta não saiu mal...

domingo, junho 11, 2006

Ruído...

Fomos ver um concerto a Berlim Leste quase por acidente. Passámos por um bar numa quinta, gostámos do som que escapava para a rua. Não entrámos porque era dia de deitar cedo...
Voltámos na sexta para ouvir uma banda que ninguém conhecia, o nosso anfitrião berlinense pesquisou a rede e garantiu que tinha gostado do que tinha ouvido.
Entrámos atrasados pela demora no restaurante de sushi do outro lado da cidade, mas ainda esperámos pelo ínicio do concerto. A assistência era cerca de 30 pessoas. (Alerta de cliché:) O ambiente era intimista.
Os Great Lake Swimmers são uma banda canadiana que revolve à volta da mente torturada do vocalista. Muito boas melodias, música despojada: guitarra acústica, bateria e banjo. "A banda sonora perfeita para a depressão e mania", li eu à posteriori na imprensa portuguesa. O concerto foi muito bom, conhecemos os tipos no final, comprámos todos os discos que tinham para vender e eles ofereceram-nos pins.
Prometi mandar-lhes as fotos que chapei durante o concerto. Pelo menos no ecrã da máquina pareciam boas. Cheias de ruído Olympus, como diz o meu amigo Nikonista. Mas neste caso o ruído tem o seu quê de charme...
Thank you Tony, Erik and Colin for an amazing show @ Berlin's NBI Club 19.05.06.




Ps: o meu colega blog vai gostar de saber que aqueles maduros que em 2003 ouvimos tocar e conhecemos numa garagem nas traseiras de um pub refundido de Kilkenny já acabaram. É pena, os Ten Speed Racer eram bastante bons. E nunca chegaram a vir tocar ao "japan of europe" !!!

Ai o que 3 pints the Guinness na ruralidade irlandesa fazem a um gajo!!!

sexta-feira, junho 09, 2006

Pensava que era o único azedo; vamos lá aproveitar uns feriados, isto há-se passar

O pulsar da sociedade - expressão sabichona sobejamente utilizada, de jornalistas a políticos, passando por historiadores, indivíduos de uma espécie semelhante à minha, engenheirada, etç.
No metro não se sente tanto, vai tudo um bocado mais taciturno e caladote. Na área de jurisdição da Carris, o utente sente-se mais solto; opina, critica, confronta, debate.
Se o metro se avaria e pára, ouve-se um incontido “Eeehhh...!”, mas logo se recupera a compostura e se propaga o silêncio, não sei se para controlar o medinho de ficar debaixo de terra paradinho...
Já se o autocarro se avaria, ainda que por breve segundos, são estas bestas destes administradores da Carris que andam a ganhar aos milhares e isto é uma vergonha, que o país assim nunca vai para a frente e ninguém diz nada, eu é que estou pr’áqui sozinho a falar. E o motorista estava a pedi-las, ainda há bocado até o pneu de trás se levantou, não têm cuidado nenhum, não é deles, é o que é; uma senhora idosa até se ia estatelando não fosse eu, cambada de condutores de carroças, assassinos. O de ontem, se quisesse, passava, mas não vale a pena insistir, que o gajo é preto. Está claro que também se rasgassem um pneu a quem estaciona assim sempre nesta curva aonde o “carro” tem de manobrar, estas coisas aconteciam menos, pois era, que eles não são estúpidos e começavam a perceber. É que um pneu, se formos assim a ver não custa assim tanto, agora até vai tudo para o “Rock in Rio” e passar férias no estrangeiro e o catano. E agora para Timor, aquilo já nem é nosso, o dinheiro que nos andam a gastar. Também não se percebe, caramba, sempre à porrada uns com os outros. No 25 de Abril andaram a matar dos nossos e hoje anda tudo ceguinho, que temos de os ajudar, os pobrezinhos, uma pouca vergonha; eles que se entendam, nunca fizeram nada, nadinha. Ainda falam mal do Salazar... Só a mim ninguém me ajuda que ando para aqui a cuidar da minha neta e... finalmente cheguei, que nem com o FM do “anti-depressivo” conseguia escapar, phonix...
Lx

quarta-feira, junho 07, 2006

Altas octanas pela fresca...

Bomba da BP, 8 e 23 da manhã...
Menina da BP: "...faz favor de confirmar o valor,inserir o código e dar o OK no final..."
JAF:"...Obrigado". PI..PI.PI.....PI...
Nisto a Menina da BP começa a beber furiosamente água pelo gargalo de uma garrafa de litro e meio e nisto também, entra um Taxista de Bigode e exclama:
Taxista de Bigode: "Ora muito bons dias...é pá, tanta sede! A menina andou a comer bacalhau salgado ou quê?" - Isto tudo, piscando o olho aqui ao JAF complementando com uma palmadinha no meu costado.
JAF, baixinho entre dentes: "Mai´nada..."
Menina da BP, de olhos arregalados: "...Pois andei, pois andei...tem 1567 pontos...obrigada e bom dia."
Ai-ui-a...

terça-feira, junho 06, 2006

Dias que não senhor

Ando numa de fado do desgraçadinho, cheio de vontade de me pirar e ir de férias. E aiaiai que não tenho tempo e aiaiai que ando cansado. Mariquices (sem qualquer conotação homofóbica).
Vai daí, dado que quanto a férias a coisa está cada vez mais negra, dei por mim a imaginar aonde é que me apetecia estar agora, se pudesse escolher. Do género, entrava aqui o Gaitas e exclamava:
“Jq pá, pega as chaves do jacto, desaparece dois dias que eu fico aqui a tratar-te do expediente”.
Eu acho que iria para aqui:

E exclama o leitor (qual leitor?!):
“Ainda a Croácia?! Então não tens mais nenhuma para contar? Armado em Carrilho com o Dinis Maria e as agências de comunicação, só porque levou na fronha do Carmona? Se é para isso, mais valia continuares à espera do início do campeonato!”

E tem razão, o leitor (mas qual leitor?!):
- fotos do "Guggas"; ainda por revelar;
- posts inacabados/fora de prazo; já passei a meia dúzia;
- parabéns atrasados ao recém-chegado elemento deste blog com um relato do género “A culpa disto tudo é minha porque ando embarcado”; silêncio absoluto (é mais um com os 30 no horizonte, desde Sábado, o PSIL);
- calçado da Zara em Felgueiras, que eu a Fátima é que defendo o povo mas neste caso a autarquia fica calada; agora talvez não;
- O “Picaretas”, indivíduo que depois de ter estado na viagem que baptizou o nome desta miséria cibernética de frequência duvidosa, nos fez regressar à mui frenética Corunha (onde “Jesus Cristo é o Senhor, porque eu isso não lhe admito”, sem “wireless”) para a sua despedida dos tempos “a solo”; e que entretanto (pasme-se!), deu mesmo o salto, engalfinhou-se contratualmente com uma louraça de bata branca; tudo a escapar incólume...

Sim, a escassez de concretização só se assemelha ao ataque do benfas. Mas chega de desgraças, apetecia-me era voltar aquela mesa à beira-mar, onde depois de um mergulho no Adriático, dei por mim entregue a mais um cappucino, a discutir as grandes problemáticas da humanidade com o JAF, ao som de uma música étnica desconhecida, semelhante ao fado.
Estou em crer que chegámos até a comentar a simpatia das eslavas que servem cappucinos - que há miúdas giras mas antipáticas ou inconvenientes; miúdas giras mas que resvalam para a aparência rameira e desbocada; mas que os cappucinos na Croácia foram sempre servidos por tipas simpáticas. Não subservientes, nem atiradiças, nem espertalhonas - simpáticas como: "estou aqui a trabalhar e trago aquilo que me pedes sem que para isso nenhum de nós se sinta incomodado".

Tenho dias em que este país não vai a lado nenhum e que isto assim não vale a pena; em que estou um bocado farto do tuga chico-esperto habilidoso pato-bravo ignorante e patriota porque pendurou a bandeira e não entregou o IRS; em que começo a acreditar que ser simpático é uma perda de tempo. E dou por mim quase a resvalar para a ambiguidade da frase de um personagem do “24 hour party people”, o produtor de música tresloucado, bêbado e charrado que exclama acertivo qualquer coisa do género “Vou-me embora porque eu sou um génio e vocês uma cambada de estúpidos, uns falhados que nunca hão-de ser ninguém, pelo que estou a perder o meu tempo aqui!”.

Domingo fui pela primeira vez à praia este ano e tenho é de lá voltar brevemente, porque não há nada que este Solzinho não cure. E porque estava bem boa.
Lx

sexta-feira, junho 02, 2006

Checkpoint Charlie...

Pois é…o movimento por aqui, no fim da terra, tem andado um pouco lento…até houve queixas à gerência.

Desculpem lá, é que fiquei meio atordoado quando descobri que a minha vida amorosa/sexual (ou ausência dela) era tema de post em blog alheio. A minha vida para o blog, um blog para a minha vida…a minha vida para o blog de alguém.

Dispenso a preocupação…deve ser mesmo falta de assunto.

No fim-de-semana disseram-me: “…é, pá! Quando andavas a escolher azulejos e torneiras para a tua casa, aí sim, bom trabalho no blog, pá…a malta fartava-se rir…”. Devo esperar que me aconteça algo com piada para escrever?

Bem, na verdade, a secura deve-se ao facto de que tenho andado mesmo com muito trabalho, porque lá na fábrica as férias pagam-se com juros…

Por outro lado, quando passo uns dias num lugar como Berlim, pago com uma azia existencial…

Enfim…começo a lembrar-me melancolicamente que ainda não saí da toca e devia mas é estar a cumprir quixotescamente, algures por esse planeta fora, o meu designio de ser um cidadão do mundo e, já agora, apaixonado! E, já agora, tendo por companheira uma violoncelista eslava de cabelos claros e olhos verdes perdida, mas encantada, pelo mundo ocidental…se não houver a violoncelista em stock, pode ser a filha do diplomata que cruza os olhos azuis herdados da mãe, com a pele cor de canela e o feitio de aventureira, ternamente oferecidos pelo o inóspito país a sul do Equador onde o pai fora colocado na sua infância… E, já agora, podem ser as duas.

Adiante. Isto é, voltando ao segundo parágrafo…de facto, como a menina autora caridosamente sugere, eu devia algum tipo de plano, de abordagem.

E também de facto, não é que, ultimamente, quando a noite vai longa nas horas e nos copos, uma frase aparece na minha cabeça: “Tenho de fazer uma lista…”…e se a noite é mesmo longa, chego a ouvir um “Qual lista, pá?”,ou seja, dou por mim a dizer mesmo: “Tenho de fazer uma lista…”. Alguém ouviu.

No trabalho, volta e meia, quando as coisas me começam a fugir do controlo e a dispersar…eu faço uma lista. Listo as tarefas, primeiro na cabeça, depois no papel, revejo sumariamente aquilo que preciso de fazer para as terminar, primeiro na cabeça, depois no papel, dou-lhes prioridades e refaço a lista…e começo a fazer a que me aparece no topo, esperando que o meu chefe concorde comigo que é mesmo aquela tarefa que deve estar no topo.

Ocorreu-me numa noite longa nas horas e nos copos: ”Tens de fazer uma lista…”, de cachopas entenda-se. Listo as miudas, primeiro na cabeça, depois no papel, revejo sumariamente as suas qualidades e defeitos, primeiro na cabeça, depois no papel, dou-lhes prioridades e refaço a lista…e começo…

Agora perguntam as leitoras femininas, indignadas: “Um método científico? Que aconteceu ao romance, à paixão? Ao destino, que diabo?”.

Bom…o romance , a paixão e o destino, principalmente o destino, normalmente dão-me tampa…

Mas não temam…porque, apesar de tal lista ser cientificamente exequível, eu sinto e pressinto que é ela, é ela mesmo. Apesar de provalvelmente ir parar a um modesto 7º lugar de tal lista, é ela mesmo…que me saca um sorriso de cada vez que a vejo…fatal, como o destino.

Dispenso a preocupação…deve ser mesmo falta de assunto.
Confesso que às vezes me ponho a jeito.

Talento...

Conheço uma menina arquitecta que trabalhava na Câmara Municipal da sua Figueira natal. (uau, rimou!)
Agora vai trabalhar aqui. Para um tal de Norman Foster, o mesmo que em Berlim renovou um edificio sem importância, um tal de Reichstag, onde eu esperei 1 hora e meia para entrar. O mesmo que era a resposta do João Soares ao Frank Gehry do Santana.
Parabéns Noodles e muita sorte em Londres.
Reichstag e sua cúpula. Fotos de produção caseira.


quinta-feira, junho 01, 2006

E o vencedor é...

...bom...não sou eu.

Fiquei com o 3º (1 menção honrosa), 13º e 17º (2 menções honrosas) em 45 fotos.

Resultados AQUI!!!

Galeria Completa da Competição AQUI!!!

Nada, nada mal para uma estreia...