Checkpoint Charlie...
Desculpem lá, é que fiquei meio atordoado quando descobri que a minha vida amorosa/sexual (ou ausência dela) era tema de post em blog alheio. A minha vida para o blog, um blog para a minha vida…a minha vida para o blog de alguém.
Dispenso a preocupação…deve ser mesmo falta de assunto.
No fim-de-semana disseram-me: “…é, pá! Quando andavas a escolher azulejos e torneiras para a tua casa, aí sim, bom trabalho no blog, pá…a malta fartava-se rir…”. Devo esperar que me aconteça algo com piada para escrever?
Bem, na verdade, a secura deve-se ao facto de que tenho andado mesmo com muito trabalho, porque lá na fábrica as férias pagam-se com juros…
Por outro lado, quando passo uns dias num lugar como Berlim, pago com uma azia existencial…
Enfim…começo a lembrar-me melancolicamente que ainda não saí da toca e devia mas é estar a cumprir quixotescamente, algures por esse planeta fora, o meu designio de ser um cidadão do mundo e, já agora, apaixonado! E, já agora, tendo por companheira uma violoncelista eslava de cabelos claros e olhos verdes perdida, mas encantada, pelo mundo ocidental…se não houver a violoncelista em stock, pode ser a filha do diplomata que cruza os olhos azuis herdados da mãe, com a pele cor de canela e o feitio de aventureira, ternamente oferecidos pelo o inóspito país a sul do Equador onde o pai fora colocado na sua infância… E, já agora, podem ser as duas.
Adiante. Isto é, voltando ao segundo parágrafo…de facto, como a menina autora caridosamente sugere, eu devia algum tipo de plano, de abordagem.
E também de facto, não é que, ultimamente, quando a noite vai longa nas horas e nos copos, uma frase aparece na minha cabeça: “Tenho de fazer uma lista…”…e se a noite é mesmo longa, chego a ouvir um “Qual lista, pá?”,ou seja, dou por mim a dizer mesmo: “Tenho de fazer uma lista…”. Alguém ouviu.
No trabalho, volta e meia, quando as coisas me começam a fugir do controlo e a dispersar…eu faço uma lista. Listo as tarefas, primeiro na cabeça, depois no papel, revejo sumariamente aquilo que preciso de fazer para as terminar, primeiro na cabeça, depois no papel, dou-lhes prioridades e refaço a lista…e começo a fazer a que me aparece no topo, esperando que o meu chefe concorde comigo que é mesmo aquela tarefa que deve estar no topo.
Ocorreu-me numa noite longa nas horas e nos copos: ”Tens de fazer uma lista…”, de cachopas entenda-se. Listo as miudas, primeiro na cabeça, depois no papel, revejo sumariamente as suas qualidades e defeitos, primeiro na cabeça, depois no papel, dou-lhes prioridades e refaço a lista…e começo…
Agora perguntam as leitoras femininas, indignadas: “Um método científico? Que aconteceu ao romance, à paixão? Ao destino, que diabo?”.
Bom…o romance , a paixão e o destino, principalmente o destino, normalmente dão-me tampa…
Mas não temam…porque, apesar de tal lista ser cientificamente exequível, eu sinto e pressinto que é ela, é ela mesmo. Apesar de provalvelmente ir parar a um modesto 7º lugar de tal lista, é ela mesmo…que me saca um sorriso de cada vez que a vejo…fatal, como o destino.
Dispenso a preocupação…deve ser mesmo falta de assunto.
Confesso que às vezes me ponho a jeito.
2 Comments:
amigo, agora que já temos escolha é esperar para ver se a pipoca vem com sal ou açúcar!:)
Ah, e adoro a foto...
Então se é ela, estás a espera de quê???
As mulheres gostam de homens decididos que, de vez em qdo, sejam eles a tomar as redeas (sim, sou eu a falar, eheheheheheh!).
Enviar um comentário
<< Home