O que resulta de um espelho em frente a outro?
Como diz o meu chefe: “uma prévia”...este post era para ser um “comment” a este outro post, mas cresceu tanto, que resolvi promovê-lo a post independente. Faço desde já notar a tendência para “cross references” entre os autores do Fisterra. Se isto continua, bem podemos mudar o nome do blog para “Os Tristes – Casa de Fados e Petiscos”, tal o nível da desgarrada...
Mas vamos ao que interessa...em 1º lugar, quero-me distanciar daquela história de “comentar os concertos sem perceber nada de música” sugerida pelo meu colega de blog naquele post. Eu vou a concertos e ouço discos, não para perceber mais ou menos de música, mas porque gosto. Emito opiniões baseadas no meu gosto pessoal e não na minha (i)literacia musical. Aliás, há situações paradigmáticas: estes gajos realmente não tem nenhuma presença em palco, mas gostei do concerto que vi deles em 95, como gostei de poucos. No máximo, posso emitir considerações sobre a originalidade da música, mas sempre, sempre dentro dos limites do meu, e só meu, universo. Não sou jornalista ou crítico, nem tenho pretensões de o vir a ser...fundamentalmente não me pagam...Será isto caricaturável? É capaz de ser...
Em 2º lugar, quanto à questão da qualidade/tipo dos “comentaristas” , “Pepsi Challenge”, eu acho que isso no fundo não interessa para nada...e passo a explicar: No filme “Hotel Ruanda” a dada altura o “nativo” principal agradece a um repórter de imagem da BBC o facto de ele ter conseguido filmar o massacre, ao que ele responde: “-Não me agradeça, as pessoas no conforto dos seus lares, vão olhar para a TV, exclamar os horrores e vão seguir jantando, continuando o seu quotidiano impávidas!”. Isto na maior parte dos casos é verdade...eu próprio quando vi o filme, fiquei chocado, até meti um post no blog, mas confesso que não perdi uma hora de sono...
Ora, se isto acontece quando o assunto é genocídio, vejam em baixo o que acontece no meu cérebro quando vejo os “comentaristas” a opinar sobre a “conjuntura económica actual”, mesmo quando o comentador é alguém tão abjecto como este:
20h15m32s “Este gajo é um cromo...não percebe patavina...”
20h15m36s “Mãe...passa aí outra costeleta...”
20h15m40s “Amanhã levo o carro à revisão...”
20h15m50s “’cadito mais de alho não matava...”
20h16m00s “O que é que o gajo disse? Pai? Ah, deixa para lá...”
Acresce que os comentários normalmente são à “posteriori” e quando lhes pedem previsões, os comentadores jogam mais à defesa que os “reds” em Anfield Road em meia final da Champions. Já viram alguma vez o curso dos acontecimentos reais ser alterado devido a considerações feitas por um comentador? Bom, talvez sim, o Professor encarregou-se disso...mas com os “comentaristas” que fazem vida apenas disso, a inconsequência reina...
Eu estaria mais preocupado se dividíssemos os detentores de alguma responsabilidade (e consequência) na sociedade em geral (indústria, banca, saúde, educação, justiça, construção, administração pública, etc...esqueçam a política) nos tais tipos a), b) ou c) e os “tipos que sabem do que estão a falar” fossem uma minoria. Ou seja, estou preocupado...especialmente quando os “comentaristas” começam a ocupar lugares de responsabilidade e os responsáveis reformam-se douradamente e refugiam-se na arte do comentário...
Em último lugar, lembro que o tipo do laçarote no artigo visado pelo meu colega, enumera casos de sucesso internacional de personalidades ou empresas portuguesas (esquecendo-se de outros, entretanto perdidos em jogos políticos e mediáticos). Esse sucesso existe antes de mais, porque souberam responder antecipadamente com eficácia e eficiência às necessidades das pessoas e não devido à tão propalada “conjuntura económica actual”. Podemos ter a melhor conjuntura de todos os tempos, se nessa conjuntura produzirmos serviços e produtos desinteressantes, a quem os vendemos? E pela análise aos comentários do público em geral (no site) ao tal artigo, ficamos a saber que se não conhecermos ninguém, podemos inovar à vontade que ninguém nos pega, pelo menos em Portugal...
Este post demorou bem mais do que 1/2 hora a escrever, mesmo sendo uma visão pragmática, troglodita e ignorante...deverei ficar preocupado? Ou será que devo preocupar-me mais com a extrema incoerência do que agora escrevi, já que me remeti à posição de “comentarista”?
O que eu sei é que, mal acabo de escrever posts como este, este, este ou este, me dá um remorso enorme...
Mas vamos ao que interessa...em 1º lugar, quero-me distanciar daquela história de “comentar os concertos sem perceber nada de música” sugerida pelo meu colega de blog naquele post. Eu vou a concertos e ouço discos, não para perceber mais ou menos de música, mas porque gosto. Emito opiniões baseadas no meu gosto pessoal e não na minha (i)literacia musical. Aliás, há situações paradigmáticas: estes gajos realmente não tem nenhuma presença em palco, mas gostei do concerto que vi deles em 95, como gostei de poucos. No máximo, posso emitir considerações sobre a originalidade da música, mas sempre, sempre dentro dos limites do meu, e só meu, universo. Não sou jornalista ou crítico, nem tenho pretensões de o vir a ser...fundamentalmente não me pagam...Será isto caricaturável? É capaz de ser...
Em 2º lugar, quanto à questão da qualidade/tipo dos “comentaristas” , “Pepsi Challenge”, eu acho que isso no fundo não interessa para nada...e passo a explicar: No filme “Hotel Ruanda” a dada altura o “nativo” principal agradece a um repórter de imagem da BBC o facto de ele ter conseguido filmar o massacre, ao que ele responde: “-Não me agradeça, as pessoas no conforto dos seus lares, vão olhar para a TV, exclamar os horrores e vão seguir jantando, continuando o seu quotidiano impávidas!”. Isto na maior parte dos casos é verdade...eu próprio quando vi o filme, fiquei chocado, até meti um post no blog, mas confesso que não perdi uma hora de sono...
Ora, se isto acontece quando o assunto é genocídio, vejam em baixo o que acontece no meu cérebro quando vejo os “comentaristas” a opinar sobre a “conjuntura económica actual”, mesmo quando o comentador é alguém tão abjecto como este:
20h15m32s “Este gajo é um cromo...não percebe patavina...”
20h15m36s “Mãe...passa aí outra costeleta...”
20h15m40s “Amanhã levo o carro à revisão...”
20h15m50s “’cadito mais de alho não matava...”
20h16m00s “O que é que o gajo disse? Pai? Ah, deixa para lá...”
Acresce que os comentários normalmente são à “posteriori” e quando lhes pedem previsões, os comentadores jogam mais à defesa que os “reds” em Anfield Road em meia final da Champions. Já viram alguma vez o curso dos acontecimentos reais ser alterado devido a considerações feitas por um comentador? Bom, talvez sim, o Professor encarregou-se disso...mas com os “comentaristas” que fazem vida apenas disso, a inconsequência reina...
Eu estaria mais preocupado se dividíssemos os detentores de alguma responsabilidade (e consequência) na sociedade em geral (indústria, banca, saúde, educação, justiça, construção, administração pública, etc...esqueçam a política) nos tais tipos a), b) ou c) e os “tipos que sabem do que estão a falar” fossem uma minoria. Ou seja, estou preocupado...especialmente quando os “comentaristas” começam a ocupar lugares de responsabilidade e os responsáveis reformam-se douradamente e refugiam-se na arte do comentário...
Em último lugar, lembro que o tipo do laçarote no artigo visado pelo meu colega, enumera casos de sucesso internacional de personalidades ou empresas portuguesas (esquecendo-se de outros, entretanto perdidos em jogos políticos e mediáticos). Esse sucesso existe antes de mais, porque souberam responder antecipadamente com eficácia e eficiência às necessidades das pessoas e não devido à tão propalada “conjuntura económica actual”. Podemos ter a melhor conjuntura de todos os tempos, se nessa conjuntura produzirmos serviços e produtos desinteressantes, a quem os vendemos? E pela análise aos comentários do público em geral (no site) ao tal artigo, ficamos a saber que se não conhecermos ninguém, podemos inovar à vontade que ninguém nos pega, pelo menos em Portugal...
Este post demorou bem mais do que 1/2 hora a escrever, mesmo sendo uma visão pragmática, troglodita e ignorante...deverei ficar preocupado? Ou será que devo preocupar-me mais com a extrema incoerência do que agora escrevi, já que me remeti à posição de “comentarista”?
O que eu sei é que, mal acabo de escrever posts como este, este, este ou este, me dá um remorso enorme...
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home