terça-feira, novembro 08, 2005

Fé no Bento

Estava eu para começar a comentar com um dos convivas que o ambiente estava (mais uma vez) demasiado morno, com o público indiferente aos gritos de apoio iniciados pela louraça de serviço, quando após a pose para a fotografia a equipa cumprimentou o público com um aplauso. Nessa altura tive de me calar, porque a ovação foi unânime. A comunicação parecia ter sido do género: “Podem contar connosco, se não se meterem com a palermices dos últimos tempos”.
Finalmente, começou-se bem em Alvalade. Diria mesmo que estranhamente bem, porque de alterações relevantes registo apenas o regresso do Rogério. Que até é relevante, mas não explica porque é que toda a gente começou, de repente, a correr. Livre, “É melhor ser o Tello”, explico eu. É o Beto, e é golo. Bom golo. Aplausos e alguma tranquilidade. O público parecia confirmar as tréguas, a equipa parecia merecê-las.
Claro que estou a descrever o ambiente de uma forma geral. O meu condão para atrair excepções mantém-se intacto. Um velhote ao meu lado continuava estoicamente a combater a hipotética aproximação de um bom clima; se o Ricardo estava adiantado “Ai Jesus, lá vai ele, chega-te para trás, ó palhaço!”; se o Nani não tinha a quem passar a bola e a segurava (bem, diria eu): “Este miúdo agarra-se demasiado à bola, mimado, pá!”; se o Liedson caía porque alguém lhe fazia falta (sem que o árbitro a marcasse): “É sempre a mesma %#”=€! Isto brasileiros, já se sabe!”.
Bem, depois veio um falhanço do Nani (“Que não se repita!” – esta fui eu) e o tal lance, que no estádio não consegui perceber bem, mas como tenho televisão em casa, já sei que foi mesmo golo (mesmo antes de ver o lance já tinha aturado o padeiro, ao pé de casa, enquanto comprava 2 latas de cafeína para o caminho). E o golão do Rogério (agora já só falta jogar também com um lateral esquerdo). Podem não ter feito muito, mas já deu para não ouvirem assobios ao intervalo.

A segunda parte foi atípica, porque foi o Leiria a dominar. Mesmo quando os visitantes estão a perder, a rapaziada não costuma perder a posse de bola (eu não vi as estatísticas, mas foi esta a sensação com que fiquei). E os tipos começaram a tremer por todo o lado. Vai daí, entra o Carlos Martins (este, para mim, é dos melhores centrocampistas da liga, embora seja obrigado a reconhecer que ultimamente passa por jogador do Benfica, adiante) e metem o Pinilla a aquecer. E eu já vi este filme em qualquer lado: “Pini Pini PiniGol!”; espera lá que este gajo entra, perde duas bolas “à fução” e lixamo-nos no contra-ataque. Mas não, meteu-se mais um defesa, com a correspondente berraria da “curva” (mas berros mesmo).
Seguraram a bola como puderam, sem deslumbrar (o que lhes valeu recomendações como: ”Dêem o ordenado ao Setúbal!”), com o público entre a satisfação dos
3 pontos (“contentam-se com muito pouco”, gritava o velhote) e o insatisfação do mau futebol (é que eu sou do Sporting porque gosto de ver futebol).
Apito final e talvez esta semana se comece outra vez a discutir o 4x4x2 do Koeman ou as tranças do Benni.
FF\Lx

PS – Foto do sítio do SCP e as minhas desculpas pelo atraso.

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