Já agora comprometam-se publicamente com a reflorestação
"Serra da Boa Viagem reduzida a cinzas
Há uma angústia e revolta nos figueirenses que viram arder de novo toda a Serra da Boa Viagem. De nada valeram tantos meios (62 viaturas e 3 aviões) e tanto esforço de 234 bombeiros que não foram suficientes para evitar tão grande tragédia. Subir a Serra é um experiência desoladora, que causa revolta. Tem que haver uma explicação que justifique esta tragédia, pois não se compreende como é que depois de tantos estudos, com viaturas modernas, auto-tanques com grande capacidade de transporte de água, aviões e dezenas de bombeiros, tudo se tenha revelado impotente para segurar as chamas que voltaram a dizimar a Serra da Boa Viagem. Esta é a questão/desabafo dos figueirenses, já no rescaldo do incêndio, que deflagrou cerca das 15h30 de domingo, na encosta entre Quiaios e Vale de Jorge, onde o fogo poderia ter sido travado, mas um ligeiro atraso na chegada das corporações - que andavam no sul do concelho a combater outros fogos - foi suficiente para que entrasse nos Condados e Saltadouro e dai em diante ninguém mais o segurou, dado o vento forte que se fazia sentir. Com a aflição vivida pelas populações do Saltadouro, Condados, Vais, Casal dos Piratas, Senhora da Encarnação e Cabo Mondego, os bombeiros preocuparam-se essencialmente em proteger as pessoas e os seus bens, deixando as chamas lavrar na zona de mato e floresta, áreas que os aviões foram tomando a seu cargo. Todavia, com o cair da noite, foram obrigado a parar a sua intervenção e as chamas voltaram a ter domínio absoluto sobre a serra. Às primeiras horas de ontem, o fogo chegou à serra pelos Vais e Cabo Mondego, rompendo encosta acima, deixando para trás um manto preto de terra e árvores queimadas, pior do que aconteceu há 12 anos. Os aviões combateram as chamas durante a manhã entre as 8h00 e as 10h00 e depois entre as 12h00 e as 16h00, abastecendo no estuário do Mondego, onde se juntou uma multidão a apreciar a movimentação das aeronaves, que ali chegavam de quatro em quatro minutos.Por volta das 16h00 de ontem o fogo estava controlado, registando-se apenas uma pequena frente activa, com as corporações de bombeiros a combaterem alguns pequenos focos ou reacendimentos.
Comando Operacional defende investigação.
O comandante operacional dos bombeiros de Coimbra, António Bernardes, defende uma investigação aos fogos que desde sábado atingiram a Figueira da Foz e concelhos limítrofes, aludindo a 14 incêndios. «Alguém tem de investigar isto e não somos nós, bombeiros, que o vamos fazer», afirmou António Bernardes aos jornalistas. «Foram cinco incêndios na Figueira, um em Montemor-o-Velho e oito em Soure», disse o comandante distrital, sublinhando que na tarde de domingo, aquando da deflagração do incêndio em Vale do Jorge, topo leste da serra da Boa Viagem, os bombeiros combatiam outros dois focos no sul do concelho. Por seu turno, Duarte Silva, presidente da autarquia da Figueira da Foz, presente no posto de comando do incêndio, montado junto ao parque de campismo da cidade, considerou «muito estranhos» os incêndios que têm assolado o município. «Acho muito estranho e também que sejam sempre ao fim-de-semana. Foi assim ao longo de todo o Verão», sustentou. Duarte Silva. (PSD), que se recandidata à autarquia, decidiu suspender a campanha eleitoral por dois dias e justificou a decisão com a situação de «catástrofe» que se abateu sobre o concelho. O presidente da Câmara lamentou ainda que os dois meios aéreos pesados (aviões Canadair), que combateram o incêndio ao final da tarde de domingo, não tenham podido «chegar mais cedo». No entanto, Duarte Silva reconheceu que «também havia outros fogos» a lavrar no país, nomeadamente na zona de Viseu, onde os aviões Canadair estacionados em Seia actuaram. As chamas lavraram com intensidade numa zona urbanizada na encosta sul da serra da Boa Viagem, tendo ao longo da noite existido diversas habitações em perigo, com «a zona dos Vais a ser a mais preocupante», de acordo com António Bernardes. O comandante distrital disse desconhecer a existência de casas ardidas, embora os bombeiros tenham registado «alguns palheiros e anexos» atingidos pelas chamas. No entanto, os proprietários de uma quinta, na zona dos Vais, revelaram à Agência Lusa ter ardido uma casa pré-fabricada no interior do espaço, embora a habitação principal não tenha sido danificada. Em Buarcos, ao início da noite de domingo, as chamas atravessaram a zona conhecida como Senhora da Encarnação, ameaçando residências e prédios de apartamentos. Os residentes de alguns prédios de Buarcos foram obrigados a combater as chamas em redor das duas habitações, usando extintores e lanços de mangueira retirados dos sistemas de combate a incêndio dos edifícios em questão.Também a candidatura de Victor Sarmento (PS) lamenta profundamente o nefasto incêndio ocorrido na Serra da Boa Viagem e zonas adjacentes e suas consequências, realçando «a coragem de todos aqueles que se entregaram ao combate contra as chamas, protegendo, com o seu sacrifício, pessoas e bens».Ao tomar conhecimento da gravidade do incidente, decidiu a candidatura socialista, à semelhança da decisão de Duarte Silva (PSD) suspender de imediato todas as iniciativas da campanha eleitoral, até ao final do dia de ontem."
Lx
1 Comments:
Foi preciso que os vigias da Protecçao Civil, sendo muitos, jovens a trabalhar em regime sazonal,voltassem as suas vidas para desaparecer o pouco verde q a serra tinha...coincidencias ou n?! o q é certo é q ja ha terreno para construcçao...
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