segunda-feira, setembro 26, 2005

1 fim-de-semana, 2 filmes...

Na sexta-feira fui ver o filme “À Boleia pela Galáxia” uma comédia de ficção científica, com uma muito britânica crítica social, baseada num best-seller dos anos 80. Marvin, o robô maníaco-depressivo, é impagável, disputa taco-a-taco com o R2-D2 a liderança do campeonato dos autómatos mais cool do cinema. Como este filme não vem directamente de Hollywood, era sexta-feira à noite, a sala de cinema era num hipermercado e os três duques actuavam ao lado, eu era o único espectador...sim, o único espectador.

Mas tinha–me dado mais jeito ter visto o filme que vi ontem no CAE, sozinho...O “9 songs” foi o segundo filme com sexo explícito, mas mesmo explícito, que vi na minha vida (fora a pornografia, onde os actores são máquinas...eheh)...e o primeiro numa sala de cinema...o primeiro, foi o famosíssimo “Império dos Sentidos”, mas esse vi-o em tenra idade e fazendo muito uso do fast-forward do vídeo, porque o espanto da descoberta era mais forte do que tudo...

Em filmes pornográficos será difícil (mas não impossível) ligar-nos aos filmes, devido à ausência de enredo, de romance, aos cenários caricaturais, ao automatismo do sexo...neste filme, não...a verosimilhança com a vida real é grande e deixou-me incomodado...porque o que ali é retratado, é, para mim, de um foro pessoal muito restrito...não digo que não veja mais filmes assim, apenas acho que não me sinto confortável em vê-los no cinema...e isto é inato, não vale a pena grandes análises. A prova está no facto de que eu não imaginei sequer que iria sentir esse incómodo...

Alguma crítica acusou os actores de inexpressividade, talvez tenham razão...no entanto não será de excluir a hipótese de essa inexpressividade ser intencional...afinal, se todos nós tivéssemos relações (sexo, afecto, diálogo) expressivas e vividas apaixonadamente, não haveria divórcios nem separações...

O filme é mesmo pobre de diálogos e de história, para aí 80% dos seus 70 minutos, são de actos sexuais, e é, no fundo, o retrato da memória que um tipo tem sobre uma relação passada...mas será mesmo possível que, na memória de uma pessoa, uma relação se possa basicamente reduzir ao sexo e outros quaisquerbons momentos (neste caso os concertos de música)?...eu, acho que sim, é possível...

Ainda não sei se gostei do filme, mexeu comigo, por isso não pode ser completamente inútil...mas, o tal incómodo não me permite uma análise fria...tenho de rever o filme daqui a uns tempos...

Do que eu gostei de certeza, foi das imagens do concertos na Brixton Academy (não hei-de morrer sem lá ir) a que o “par romântico” assistia regularmente. Black Rebel Motorcycle Club, The Von Bondies, Elbow, Primal Scream, The Dandy Warhols, Super Furry Animals, Franz Ferdinand e, espante-se, Michael Nyman...todos, em grande nível, cada um ao seu estilo…

Ficam duas máximas para a vida, que cada um dos filmes me deu:

Sexta-feira: “DON’T PANIC!!!”
Domingo: “ONLY UNHAPPY PEOPLE CAN’T DANCE.”

Esta última, no meu caso, é complicada…

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