As minhas Cassandras
Não sei muito bem precisar quem, mas houve um comentador que recentemente reintroduziu a expressão “essas Cassandras que para aí andam”, sound-byte prontamente propagado por uma data de outros colunistas.
Confesso que fiquei impregnado pela expressão. Aos poucos apercebi-me que ela se deixou, latejante, preguiçosamente latejante, instalada na minha parca memória.
Lembro-me de algumas razões para que tal suceda. Por um lado, guardo uma pequena ideia da história da mitológica Cassandra, creio que de origem Grega. Qualquer coisa como uma bela mulher que a partir de um certo dia transportou uma característica que se revelou uma maldição: a de conseguir prever o futuro. Maldição porque, apesar de o prever, não só ninguém nele acreditava, como tão pouco tinha o poder de o alterar (nomeadamente a hora da sua morte).
A outra Cassandra que conheço vem de um livro que li há uns tempos. Um enredo levezinho passado na Roma antiga, na qual uma personagem (mais uma vez uma bela mulher) vagueava pelas ruas, sendo ocasionalmente assolada por supostas convulsões através das quais expunha hipotéticas profecias. Esta última não se chamava Cassandra, mas era por esse nome que a tratavam, devido às similitudes para com a Cassandra original. O mais marcante desta personagem foi, para mim, a mescla entre a aura angelical e a faceta de vilã; entre a proximidade com as esferas do poder e o desprezo que a populaça Romana lhe nutria; a beleza que lhe foi conferida pelo autor e as vestes sujas, esfarrapadas, com que a ornamentou. O desequilíbrio e a sensatez, a serenidade e a convulsão são conceitos demasiado díspares para que alguém lhes consiga resistir quando personificados em conjunto, principalmente para o “anti-herói” à volta do qual a colecção se desenrola, que inadvertidamente cede perante os encantos desta aglutinadora de emoções.
Confesso que fiquei impregnado pela expressão. Aos poucos apercebi-me que ela se deixou, latejante, preguiçosamente latejante, instalada na minha parca memória.
Lembro-me de algumas razões para que tal suceda. Por um lado, guardo uma pequena ideia da história da mitológica Cassandra, creio que de origem Grega. Qualquer coisa como uma bela mulher que a partir de um certo dia transportou uma característica que se revelou uma maldição: a de conseguir prever o futuro. Maldição porque, apesar de o prever, não só ninguém nele acreditava, como tão pouco tinha o poder de o alterar (nomeadamente a hora da sua morte).
A outra Cassandra que conheço vem de um livro que li há uns tempos. Um enredo levezinho passado na Roma antiga, na qual uma personagem (mais uma vez uma bela mulher) vagueava pelas ruas, sendo ocasionalmente assolada por supostas convulsões através das quais expunha hipotéticas profecias. Esta última não se chamava Cassandra, mas era por esse nome que a tratavam, devido às similitudes para com a Cassandra original. O mais marcante desta personagem foi, para mim, a mescla entre a aura angelical e a faceta de vilã; entre a proximidade com as esferas do poder e o desprezo que a populaça Romana lhe nutria; a beleza que lhe foi conferida pelo autor e as vestes sujas, esfarrapadas, com que a ornamentou. O desequilíbrio e a sensatez, a serenidade e a convulsão são conceitos demasiado díspares para que alguém lhes consiga resistir quando personificados em conjunto, principalmente para o “anti-herói” à volta do qual a colecção se desenrola, que inadvertidamente cede perante os encantos desta aglutinadora de emoções.
O que me diverte é que (como se pode depreender deste post) a minha iliteracia associa muito mais o nome “Cassandra” à “segunda” aqui descrita (a “herege”, a “profana”, a espia) do que à “original” (a “mitológica”), o que desvirtua muitas vezes a forma com que encaro a mensagem dos tais colunistas.
Lx
1 Comments:
Epá desculpa mas Cassandra faz lembrar mas é uma bailarina do Emanuel...especialmente se for Cassandra Vanessa...
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