Irracional fora de época
Ora então cá estamos. No defeso, mas nem por isso menos irracionais.
Começando pelo princípio (bravo!) fica aqui uma breve referência ao último jogo da temporada 2004/2005 no estádio de Alvalade. Não vale a pena alongar-me muito porque a época transacta já lá vai (daí o “transacta”) e porque foi um jogo sem grande história. Três golos forasteiros fora de jogo (sobram dois...), arbitragem lamentável, estádio com muito pouca gente, equipa de cabeça perdida e treinador gnu. E, segundo consta, Polga “polguita”. Já lá vai e não se fala mais disso.
Não sabia eu na altura que era a última vez que iria ver o Capitão e o Rui Jorge de Leão ao peito. Isso entristece-me. Mais que isso, preocupa-me.
Por vezes o público de Alvalade é ingrato. O Pedro Barbosa (que, confesso aqui, sempre foi um dos meus alvos mais óbvios para umas piadolas) fez uma época soberba. Sempre que entrou em campo a equipa começou a jogar melhor. Sempre. Creio que o meu “arquivo futebolístico” nunca apagará a sua elegância, apesar de lenta; o seu drible, apesar de lento; a sua frieza (aqui já não fica bem o lenta...). Cheguei até a formular uma teoria sobre o sucedido. Tenho cá para mim que o Barbosa é surdo. Não no sentido de ser indiferente aos insultos, de ser imune à pressão do público ou alienado das indicações do treinador. Não, não; no sentido de não se aperceber que aquilo afinal era um motor de um avião e não um secador de cabelo em tamanho familiar.
O Rui Jorge era um jogador extremamente inteligente. Já não rápido ou impulsivo, mas nem por isso mais previsível. Uma das razões pelas quais o Paíto ainda não é um substituto à altura é porque não tem 1/3 do sentido posicional. E isso contou muito.
Juntos iniciaram muitas vezes as jogadas de ataque. De forma lenta, mas que culminava frequentemente com um cruzamento em boas condições para a área (à procura da competência de outros).
Fica aqui a minha homenagem. Vocês foram fenomenais esta época. Temo é que as saudades comecem apertar logo nas primeiras jornadas. E, nesse caso, duvido que a atmosfera seja silenciosa...
A foto foi tirada no final do jogo e da época. Não exactamente de onde eu insultava o Peseiro, mas pertinho.
Lx
PS – ainda não percebi muito bem se este vai ficar. Se sair também vou ter pena, até porque o grito que as claques lhe dedicam é hilariante: “hou há Douala! / hou há Douala!”. Pode ser que neste particular seja substituído pelo Makelele (já estou a imaginar: o Directivo de um topo “huelélélé!” e a JuveLeo em resposta do outro: “Makelele!”)
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