sexta-feira, abril 21, 2006

Misticismos...


Há uns tempos estava uma pilha de 6 livros com leitura começada e não acabada na minha mesinha de cabeceira.

Não é bem uma mesinha de cabeceira, é uma prateleira basculante presa por dobradiças ao topo da minha cama. Deve servir para pousar fraldas ou algo assim. O quarto onde durmo tem mobília destinada a (e desenhada para) filhos.

Há uns tempos menos uma semana estava uma pilha de 6 livros menos 1 livro com leitura começada e não acabada na minha mesinha de cabeceira.

O primeiro que acabei de ler foi o último que comecei. È um romance pequeno, mas não foi isso, não...é que é sobre Moçambique. Chama-se “Lourenço Marques”, foi escrito pelo Francisco José Viegas e alimenta-se da nostalgia africana.

“Quando chegarem, sentem logo o cheiro da Mãe Terra. Quando partirem apenas vos reconforta a certeza de que vão voltar.” avisava um nativo de cor branca, na antecipação da aventura de 1999.”Misticismos”, pensei eu. Exagero...essa nostalgia africana.

Só lá estive 3 semanas, foi o suficiente para me apanharem. Mesmo numas 3 semanas em que a minha cabeça frequentemente voltava cá a casa...roubada pelos remorsos do ano de 1998/1999 perdido.

Fiquei com a doença, o tempo não a curou...sou nostálgico por África, Moçambique, terra de boa gente. Imagino que quem tenha lá nascido, ou vivido a vida importante lá, tenha levado bem pior com a enfermidade...colonialismo, neo ou não, à parte. Não...na verdade, não sou capaz de imaginar isso...

Acho que o bicho me mordeu por entre os putos das barracas de chapa do imenso bairro de lata Polana Caniço.


Os outros cinco marcadores perdem-se da página 5 à página 470. Há uma caçada de vampiros para terminar, há uma explicação económica freak da vida para dar, há uma sociedade egípcia contemporânea para transgredir, há uma guerra colonial para entender e há uma mulher da vida dele para encontrar...haja tempo.

Provérbio de lá: “Saúde é que interessa, o resto não tem pressa.”

1 Comments:

Blogger Jq said...

Já agora outro, com a mesma proveniência:
“Cada momento em que estás triste, é um momento que perdes em estar alegre”

10:59 da manhã  

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