sexta-feira, janeiro 06, 2006

Blues fora de época

Assim que me comecei a aproximar, começou a cair uma chuva violenta. Apesar das cãibras que ontem me ameaçaram, não foi assim tão difícil fazer uma saída brusca para resgatar o chapéu de chuva. Mais um mau tempo imprevisto; deve ser o ritual da semana - podiam era ter avisado mais cedo.
Ando aqui com uma sensação de indignação, esta última não se faz. Senti-a como uma “judiaria”. É certo que histórias de vai correr mal porque não pode correr bem, são blues que não existem; mas por muito que não me esqueça disso, ontem, o mood era de um certo blues.

A foto é de uma banda em Dubrovnik, singing the blues (é impressão minha, ou estou a repetir muitas vezes blues? Blues p’ra aqui, blues p’ra ali, blues, blues, blues...) na esplanada de um restaurante. A vocalista tinha uma voz muito sensual, era igualmente bonita, mas o que mais retive foi a sua simpatia (valor que incorre numa certa escassez). Numa praça, com mais alguns restaurantes, cheios de pinta, mas puxadotes.
A preguiçar na base de uma estátua, a gramar o belo do chuvisco ocasional, estávamos numa de pelintras após a Lasanha/Pasta/Pizza Capricciosa e a salada grega da noite, isto a preços mais consentâneos com o escasso orçamento extensamente debatido.

(Coisas do género:
“Eh pá, ontem gastámos mais 2,5 euros na dormida do que o previsto”
“Pois, tá certo, mas não te esqueças que incluiu o pequeno-almoço”
“Isso é tudo muito lindo, mas esquecemo-nos de contabilizar as 3 águas de ontem”
“Por falar nisso, Stella 0,5?”
“Oh, sim. Oh sim, sim.”)

Apesar de não lhe contribuirmos para o ordenado, a senhora voltava-se graciosamente para trás, ao final de cada música, a agradecer-nos (e aos restantes “Okupas”) os aplausos.

Hoje, durante o dia, apercebi-me que até o Tejo, habitualmente tão sujo como as negociatas na EDP (um pouco menos) lá começou a clarear aos poucos. Espero é que o mau feitio resvalado nesta semana não tenha provocado demasiados danos colaterais.
Pelo menos, já estou ligeiramente mais concentrado. E a aproveitar o facto de termos começado a combinar som com as investigadelas . Nem tudo são espinhos.
A de hoje:


"Mining For Gold"
(Traditional)

We are miners, hard rock miners
To the shaft house we must go
Oil bottles on our shoulders
We are marching to the slow

On the line boys, on the line boys
Drill your holes and stand in line
'til the shift boss comes to tell you
You must drill her out on time
Can't you feel the rock dust in your lungs?
It'll cut down a miner when he is still young
Two years and the silicosis takes hold
and I feel like I'm dying from mining for gold

Yes, I feel like I'm dying from mining for gold.

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