Humanidades...
Gosto de pensar que quem se expressa de vez em quando por vias criativas (não vou dizer artísticas, porque senão empalavam-me já aqui à moda do Vlad Dracul) se torna mais acessível aos outros, menos frio, mais humano...já o disse. Sem menosprezar claro quem, por todas as mais válidas razões deste mundo ou de outro, não o faz.
Para mim não há formas menores de o fazer. Um meu colega de trabalho coloca o humor de serviço, raramente a destempo e de estilo bastante personalizado. Torna à volta dele os dias mais suportáveis.
No Psil ganhou-se um capitão destemido e ficou na sombra um grande músico e, não sei se ele se lembra mas, um original contador de histórias e até a me tirar um retrato a carvão se safou bem...por duas vezes.
A economia da saúde fez-nos perder, no caso do Jq, um frontman perfeito para uma banda de covers dos Bauhaus e Peter Murphy, um letrista inveterado para bandas liceais imaginárias ou reais. E o bicho também tem muito jeito para a fotografia...analógica claro.
Não quero pensar que a minha vida é marcada, descrita ou cronologicamente dividida por feitos e desastres académicos e pela aplicação diária do meu engenho no tecido produtivo nacional, eheh...
De facto ela pode ser marcada pelas patéticas tentativas de deitar a minha criatividade cá para fora (NDR: a existência de tal criatividade dentro do JAF está por provar em meios científicos idóneos) que aconteceram ao longo da minha vida.
Por outro lado, após 15 de meses de blog, acho que vocês já tem estômago para aguentar isto...
Pré-adolescência, ou idade da parvalheira: Aí eu era o génio criativo por detrás da FMC – Ferreira Motor Company...Criei dezenas de modelos 2D a lápis (sempre de vista lateral), porque a minha triste falta de pulso não dava para mais. Ainda hoje se me perguntarem qual a profissão que gostaria de ter, eu responderia sem reservas e sem dúvidas: designer automóvel. Por gostar tanto daquilo é que sabia perfeitamente que não tinha sido abençoado com aquela arte e mais valia partir os rins ao sonho. Quem não acredita atente ao exemplo abaixo.
Late Adolescência, Early Vintes: as letras para o mundo pop. Havia sempre uma banda imaginária por perto, saudosos The Goggles, e se, por intervenção divina conjugada de Alá, Buda, Jesus Cristo e Geová, eu conseguise finalmente tocar na guitarra mais de três acordes, seriam sempre precisas letras. Em inglês claro... o gosto era duvidoso. Quem não acredita atente ao exemplo abaixo.
Dive
I dive
And right away
I’m falling into the depths
of your gaze
That after all is my gravity
Freeze my wings
And break this little dream
Of flying once more
Blindfolded
The first step could be strong
It brings a lullaby to sing along
And even though my arms aren’t ready yet
I meet the stranger there is to be met
Freeze my wings
And break my little dream
Of flying once more
Blindfolded
Early Vintes to Middle Vintes: a prosa. Era na altura chefe de escuteiros, nem sempre havia tempo para referências literárias de verdade para os putos. Improvisava-se e de qualquer maneira um gajo não é um chefe de escuteiros decente se não puser um pensamentos pirosos no papel. Líderes de amanhã, diziam eles... Quem não acredita atente ao exemplo abaixo.
"Parti em busca do meu Norte, procurei sempre os pequenos confortos. Acendi uma fogueira e um cigarro, mas desvaneceram como amigos. Então surgiu uma pergunta: onde estão os meus sentidos?...nas folhas quebradiças de muitos Outonos?...na madeira sêca de velhas árvores?...nas intermináveis voltas de um trilho numa encosta?
Middle Vintes: a música e o alter-ego. Tinha estado numa banda de verdade. Estava lá para carregar nos botões do computador que substituia o baterista e para mandar bocas.A intervenção divina conjugada ainda não se tinha materializado, não sabia tocar guitarra. Há quem diga que eu era A cola da banda, há quem diga que eu era O cola da banda. De Bleu Pluie a MUNN, foi uma viagem partilhada com quatro artistas de verdade.
A banda acabou, ficou o bichinho pela música no computador. Aprendi o pilhar e o corta-e-cola digital. Nasceu o alter-ego Ill Iguana. Há uns tempos resumi todo o barulho que fiz em 6 anos num CD. Um dia quanto tiver banda larga, ponho as músicas em MP3 no “Baú do JAF” aí ao lado. Também fiz umas capas foleiras. Quem não acredita atente ao exemplo abaixo.
Late Vintes ou agora: a foto digital.Uma amiga disse-me uma vez que eu fotografava com sensibilidade e eu já ando todo insuflado. No domingo dei por mim a fotografar os feijões, pêssegos e as ameixas que a mãe tinha colhido no retiro do campo. E a registar para a posteridade o pai a martelar o alho nos lombinhos de porco. Deves pensar que és artista, deves. A mania actual é esta mesmo. Bate na madeira. Quem não acredita atente ao exemplo abaixo.
Se sobreviveram até agora, eis o golpe de misericórdia: fiz a letra e o Psil a música, (desculpa ser bufo, pá) do hino do meu agrupamento de escuteiros. Mas esse sim, tenho mesmo pudor de publicar. Quem não acredita...não acredita!!!
Ah e há aqui o tasco, o blog, pois claro...
7 Comments:
Descobri este fim de semana, na visita guiada à Casa da Música, no Porto. Os tipos têm uma sala para música totalmente feita por computador. Qualquer um pode utilizar, desde que seja com marcação, e convém ser em grupo. Dá ainda direito a um monitor/a para explicar o software (e evitar que se arrebanhem teclados).
Eu alinhava.
Gostei do que vi e li e acho que estou como tu: gosta mais de ti um bocadinho! :)) Beijos pra ti.
E eu tive de aturar TODAS essas fases... Acho que mereço uma estátua.
Qual é a percentagem do fotógrafo nas vendas do CD?
Tens razão JN.
Leva o que quiseres dos meus lucros!!!
Obrigado.
Por enquanto uma cópia do CD servia ;)
1º essa letra é muito boa, já me tinha esquecido.
2º remixes dos munn na rádio pirata eheheheh
3º és o maior
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