sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Férias?

Amanhã vou de férias, uma semana e meia, com o seguinte plano de trabalhos:

- Fazer uma TAC às costas;
- Consulta no nutricionista;
- Consulta no dentista;
- Revisão ao carro;
- Entregar o IRS;
- Visitar 1/2 dúzia de bancos para escolher o empréstimo para a casa;
- Continuar a escolher móveis para a casa;
- Nada de Internet...nada de blog.

Fixe, hã?

Até qualquer dia...

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Irracional molhado, com frio e sem grande paciência para falácias

E estava eu a pensar que isto passa as barreiras do razoável... Eu até gosto de ir à bola, mas isto nem por um concerto ao vivo...
Dizem que o novo estádio de Alvalade é sobretudo um utilitário, ou seja, foi concebido a pensar sobretudo dos espectadores. Discutível, sobretudo porque a refrega envolve ser adepto de um clube.
Sábado fiquei com as minhas dúvidas, nomeadamente em dias de temporal; estava um vento gélido e a cobertura do estádio não dava para as encomendas. Eu estava debaixo dela a apanhar chuva - não chuviscos, não humidade, não pequenas gotas incómodas: estava completamente molhado. Falei entretanto com adeptos dos outros dois grandes (daquele tipo de adeptos que não depositam o cérebro num jarrinho enquanto falam do desporto-rei) e as conclusões são idênticas: estádios cobertos, se não estiver a chover.
Cobertos então para quê?

Não comecei a falar do jogo porque nem sequer lhe liguei grande importância de início, tal era o desconforto. E o mal-estar extravasado não é apenas físico quando penso na comparticipação estatal que todos os novos estádios Portugueses tiveram; uma das grandes justificações para o mesmo era que as condições melhorariam de tal forma que os clubes angariariam mais receitas. Estou mesmo curioso em ir a um estádio no estrangeiro, também assim para o novo, para comparar os resultados. Consta que o novo estádio de Wembley custou mais que tudo aquilo investido em estádios para o Euro em Portugal. Mas se calhar eles também contabilizam tudo...

Entretanto também já ouvi todo o tipo de pseudo-explicações estapafúrdias:

“Havias era de cá estar antes, quando só havia a pala!” – Não é preciso, assim molho-me na mesma.

“Esta cobertura é a melhor, a da Luz e do Dragão são bem piores!” – OK, então em vez de 1 mau investimento temos, pelo menos, 3.

“Ora pensa bem, nem sempre está este vento quando chove!” – Não podia estar a pensar melhor, o vento variava de direcção, pressupondo então que durante alguns períodos (pequenos) eu não gramasse com água no lombo. Hipótese meramente académica (excepto na segunda parte, quando parou de chover). E era até tipo para contra-argumentar que muito dificilmente não vem uma brisazita marota, tendo em conta a altura a que as bancadas estão.

“Mas isto é só aqui!” – De facto eu não tenho um camarote, nem sequer estou num dos melhores lugares do estádio. Em termos de fuga à pluviosidade, esses melhores lugares seriam no final da primeira bancada, já perto da segunda. Que não são os melhores se nos topos, por uma questão de visibilidade e porque são os redutos das claques, donde, é impossível ver os jogos sentado.

Sou então daqueles adeptos que irão ver o jogo se o estádio tiver o mínimo de condições (não sou doente por futebol) e se os preços não forem exorbitantes (a minha lista de consumos mensais/anuais contempla um série de rubricas prioritárias face ao esplendor no relvado). Humildemente, creio que se os clubes querem angariar mais receitas e espectadores por jogo, será num perfil semelhante ao meu que devem apostar. E se não me protegem da intempérie...

Vai dai, confesso que aquele banho de bola que a capital do móvel levou para casa não tenha sido devidamente apreciado. Apenas na segunda parte lá consegui ter alguma frieza a analisar o jogo.

Para não me alongar mais, vou só dizer que:
- Os dois laterais contratados nos dão uma solidez defensiva invejável.
- O Paços tem uns tipos que jogam à bola e são rápidos, fizeram uns bons contra-ataques, mas não os aproveitaram e depois de sofrerem o primeiro não tinham equipa para transpor a tal defesa.
- O Romagnoli pode não ter feito um jogo de encher o olho, mas tendo em conta o relvado, que é franzino e Sul-Americano, não deve ser mau de todo, para ainda assim o ter feito aceitável.
- Ainda não vi se foi penalty ou não, mas o árbitro era fracote, porque se fartou de dar a lei da vantagem num campo muito escorregadio... foi milagre ninguém se ter lesionado.
- Estamos em segundo.
Lx

PS – Já percebi entretanto que o temporal foi mesmo grave, implicou árvores a voar e carros espatifados (há quem tenha mesmo razões de queixa...). E sei que de construção civil nada sei. E que o público em nada esmoreceu (sobretudo quando começámos a ganhar) no que ao apoio à equipa diz respeito (estas coisas à chuva ganham inclusivamente contornos épicos).
Mas mantenho as minhas críticas no essencial.
Imagem de SCP.

Depois da tempestade, a borrasca...

Depois do abaixamento kármico evidenciado pelo meu último post, nada melhor do que um fim-de-semana fora, na capital, neste caso.

Boas vindas cumpridas na sexta-feira bem regadas por boa(s) e variada(s) cerveja(s) belga(s)...houve moderação, porque o dia tinha sido de trabalho e o seguinte tinha agenda para cumprir.

O casal queria acabar de rechear a casa e eu queria perceber como vou começar a rechear a minha, daí o dia passado no templo da quitanda sueca. Mato saudades dos tempos de estudante em Erasmus na Suécia, trazendo da mercearia, oportunamente anexa, 3 frascos de arenque em conserva Abba: molho de caril, molho de alho e molho de mostarda. Ninguém me acompanha.

À noite, o mergulho merecido na noite lisboeta. Primeiro paguei o Mico, depois em Santos, abri as comportas. O estado líquido e a passagem pelo sótão da moda demonstram a segunda razão porque até gosto de Lisboa, assim, de vez em quando. Deus sabe que sou um fraco por caras bonitas e mestiçagem, Lisboa não deixa que me falte nada.

A primeira razão é a luz.

No domingo pagaram-se os excessos e o dia, marcado pela desmotivadora tempestade, só começou depois do almoço que não o chegou a ser. Com pena, a projectada visita a Sintra encurtou-se na forma de uma subida ao seu Palácio, lá no topo. É engraçado.

O quarto do rei era mais perto da cozinha, do que do quarto da rainha...dá que pensar. Os excessos do mobiliário espantam, mas não cativam. Nos minaretes registava-se que, do céu azul à borrasca, a distância era curta.

Despedidas dos jardins, marcadas pela cor das flores. Várias tentativas, sob chuva de piadolas colectivas, para conseguir registar a cor certa. Sem Photoshop...
Com a chuva e a pressa, apercebo-me que o meu ser trapalhão ainda não se adaptou a esta coisa de andar a mudar de lentes e ao cuidado que é preciso no manuseamento geral da minha nova máquina fotográfica. Tenho muito para aprender.

Retorno a casa muito negro, com o ocasional pedraço e a ocasional rajada a reduzirem ocasionalmente a velocidade para 70 na auto-estrada...tudo ao som do punk morto e do relato, mais uma vez ganhámos à rasca, mas ganhámos...

Ainda tenho tempo para picar o ponto no CAE, o filme, esse era muito fraco. Quando não se tem um argumento de jeito, nem os flashbacks narrativos o disfarçam...
Lisboa estava fria e chuvosa, a garganta vai inflamar.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Atrasos inconclusivos

Eu tenho um talento inato para acumular atrasos. Não há volta a dar-lhe, já estou a acumular pendentes para a próxima semana (de repente esta frase pareceu-me um pouco dúbia). Vai daí, o melhor é gastar meia horinha aqui no tasco, já que não é por aí que o gato vai às filhoses.

No último fim de semana, lá voltei à culturgest, desta vez para um de dança. Dizia o panfleto:

“A vida é perigosa e pode matar-nos. Neste espectáculo dança-se com os instintos de defesa do corpo e com as nossas paranóias.”

Evidentemente que me pareceu boa ideia. Mas começo a denotar uma falta de apetência inata (inversamente proporcional à dos atrasos) para danças contemporâneas. Não é que não goste, mas sinto-me perdido a partir de certa altura, e a utilidade marginal dos minutos começa a ser decrescente. E eu estava a ficar preocupado, será que o problema é meu? (OK, OK, já sei a resposta). Nas últimas férias, ouvi no “Guggas” (ainda sem cá ter posto as fotos correspondentes), que a arte contemporânea é complexa e que deve ser devidamente enquadrada.
Por insistência alheia, fui à conversa no fim. Não estava nada para ali virado. Eram 4 suecos, 1 espanhol e 1 português (este responsável pela programação). Curiosamente, valeu a pena.

Era suposto que a dança fosse “uma reflexão poética sobre a nossa necessidade de segurança e protecção num mundo mais carregado de temores do que de ameaças, inspirada na propensão natural e intuitiva do corpo para a auto-defesa”.
Gostei mais da explicação dos autores, nómadas e minimalistas por sinal, do que propriamente da dança. E de grande parte do público lhes ter dito que não tinha percebido lá grande coisa. E de eles aceitarem o facto com normalidade e sem presunções descabidas. Deu para perceber que algum pessoal que acha logo tudo esplendoroso e vê assim umas coisas do transcendental provavelmente não joga com o baralho todo.
Os bailarinos/encenadores/produtores/músicos deram explicações bastante prosaicas do que queriam, ninguém se chateou e a discussão acabou até por extravasar o espectáculo. Reconheceram as limitações da mensagem e lembrei-me de um arquitecto que, numa entrevista ao “Expresso” há pouco tempo, disse qualquer coisa do género de odiar os tipos que ficam estudiosos deles próprios (e apontou o Gehry como exemplo) e que nunca iria conseguir viver num mundo desenhado só por arquitectos.

Isto tudo não chega propriamente a uma conclusão, dado que gostei do “Guggas”...
Já agora aproveito para meter aqui uma “analógica” (das penúltimas férias).
Já não faço a mais pequena ideia de porque a tirei, mas até gosto dela.
Não é que ela já não viesse sem grande qualidade, mas o scan também não foi grande espada.
Lx

Invejas e contradições...

Este é um texto contaminado pelo facto de já estar a trabalhar desde meio de Agosto, sem férias...e de não ter namorada há uns tempos valentes...

Havia uma amiga minha que me perguntava, com uma cara de meio desapontamento:”...é isto que tu queres? Ficar na Figueira?”.
Eu sou engenheiro químico, pertenço aos quadros da equipa de produção de uma empresa grande, que é um dos raros casos de sucesso no país. Dentro do processo produtivo da fábrica onde trabalho encontram-se pelo menos um exemplo de todas tecnologias/processos que aprendi na minha licenciatura.

Pode-se então afirmar que tenho um bom emprego: relativamente estável, adequado à minha formação base e que me dá uma razoável situação financeira (por enquanto). O meu emprego foi uma boa oportunidade que agarrei com unhas e dentes...

A minha fábrica fica a 12km da cidade onde vivi 22 dos meus 28 anos de vida. E apesar disso, sou um estranho na minha cidade, a maior parte dos meus amigos da minha geração estão noutras paragens. Começo a perceber que se é para estar sozinho, mais valia ser bem longe daqui...

Comprei uma boa casa, bastante gira...e a 500m da casa onde vivo com os meus pais. Mas não tenho grande pressa de ir lá morar...

Tenho duas semanas de férias e dinheiro para ir a bastantes sítios no mundo. Não me apetece ir a nenhum, simplesmente porque teria de ir sozinho.

A minha vida actualmente é uma grande vitória para o meu auto-conformismo, que sempre tentei combater, mas que me derrota. O contra-balanço disto tudo tem sido a realização profissional, não a nível monetário ou de carreira, mas a nível do interesse e do desafio daquilo que faço. Mas quando essa parte falha, e nos últimos meses tem falhado bastante, pouco resta.

Por isso quando ouço notícias do meu amigo que depois do trabalho na Suíça, viajando pelo mundo inteiro, vai agora trabalhar para o Dubai, do meu amigo que está no MIT, do meu colega de blog que está a dar a volta ao mundo a conduzir um navio de cruzeiro, da minha amiga (a que me questionou) que está no México, para fazer tese de Mestrado, depois de ter vivido na Finlandia, Costa Rica, Austria, e Coreia do Sul, fico muito feliz por eles. Por mim, fico deslumbrado e com uma ponta de inveja.

Os que me acharem mal-agradecido, talvez estejam cobertos de razão.
Os que me acharem cobarde, talvez estejam cobertos de razão.
Os que me acharem preguiçoso, talvez estejam cobertos de razão.
Os que acharem que “eu não sei o que custa a vida”, talvez estejam cobertos de razão.
Mas a vida é assim...e a melancolia que sinto está diagnosticada. Por muito fútil que pareça...

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Auto-Retrato: e obsessão por candeeiros?

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Linha internacional de mudança de data

Passei a linha internacional de mudança de data.
Isto significa que para mim o dia 13 de Fevereiro não existiu.
Esta linha oferece-nos possibilidades que não estão ao alcance de mais nenhuma linha.
Por exemplo, se tivermos um dia excelente, um daqueles dias que vamos recordar para toda a vida, em que tudo corre bem e estamos em harmonia com o mundo, uma dia tão bom que apetece repetir...FÁCIL!!!!
Basta cruzar a linha no sentido Oeste-Leste, e já está.
Por outro lado, se anteciparmos um dia mau, um dia em que mais vale não sair de casa, um dia em é melhor não abrir a boca, um dia em que não se deve mexer em nada para não partir, um dia que não devia existir...FÁCIL!!!
Basta cruzar a linha no sentido Leste-Oeste, e já está.
Mesmo que não haja esse poder de antecipação que nos deixe prever uma catástrofe, não faz mal, pois podemos sempre mudar de dia a meio. E ainda existe outra situação típica de utilização da linha de mudança de data, que é quando temos um dia mau devido a erros isolados e identificáveis. Neste caso, podemos cruzar a linha no sentido Oeste-Leste, e temos uma nova oportunidade para corrigir qualquer atitude irreflectida que possamos ter tido.
É por isso que eu digo que não há nenhuma linha que chegue aos calcanhares da linha
internacional de mudança de data, esta sim, uma grande invenção da Humanidade.
E aqueles gajos que dizem que vivem como se não houvesse amanhã, que provavelmente são os mesmos que afirmam que o mundo é pequeno, deviam escolher bem as palavras antes de decidirem abrir a boca.

Suva, Fiji

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Apia, Samoa




sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Serão polaroids?

Parece-me bem que sim… enquanto não chega a exposição, já se podem ver os vencedores.
Esta não é propriamente humanitária, mas gostei bastante dela (é de Ryan Pierse).
Lx

Prazeres Culpados...

Ando preocupado. Anteontem comprei o meu segundo disco de hardrock em menos de um ano. O ano passado comprei o mítico “Back in Black” dos AC/DC, agora vi o dos Velvet Revolver em promoção e não resisti...


Ontem fui ver este filme, o “Orgulho e Preconceito”, romance homónimo da Jane Austen passado no rural Séc.XIX inglês. “É bom, mas é filme de gaja...” avisaram-me...filme de gaja? Pois sim: tem a Keira Knightley do “Piratas das Caraíbas”, a Jena Malone, ruivaça da “Residência Espanhola”/”Bonecas Russas” e ainda uma menina muito, muito gira de quem não sei o nome (e não me apetece googlar), mas que fez de Bond-Girl-Má no último 007...Triplo x Triplo Grrr, sem dúvida!

Para além deste atributos, o filme, na minha modesta opinião, está muito bem interpretado e filmado, tornando-o leve. O pesado romance transforma-se quase numa comédia romântica, mas tipo boa, tão a ver?...e sem desrespeitar o texto...

(Alerta: Parágrafo Cínico)
Para desinfectar do mainstream, arranjei 2.26 GB de mp3 e domingo vou ver “Broken Flowers” do Jim Jarmusch, tudo items devidamente sancionados pela crítica intelectualoide e esquerdalha. ;) !!!
(Alerta: Fim de Parágrafo Cínico)

Ah, e junto com os Velvet Revolver, marchou o Jeff Buckley “Live at Olympia” com uma versão do “Eternal Life” que, senhores...não há nada como a cesta de CDs nice price do hiper mais próximo...

Ps: No próximo 007, o agente já vai ser interpretado pelo Daniel Craig, que vamos ver no “Munique” do Spielberg. Pelos filmes que já vi com ele no elenco, posso dizer que é bom actor (especialmente a fazer de mau), mas agora carisma para o Bond, James Bond, tenho as minhas dúvidas...a ver vamos se não é um erro de casting...mas afirmo que será muito difícil bater o Pierce Brosnan. E para além disso desde a sua escolha, a Angelina Jolie e Charlize Theron já quebraram a intenção de serem as novas Bond Girls...é uma pena, mas alguma coisa há de se arranjar...

TOP 5 Zero Zero Setes:
1.Sean Connery – (o maior, Mishe Moneypenny concorda!...e ele fumava!);
2.Pierce Brosnan – (muita pinta, maus filmes);
3.Timothy Dalton – (pouca pinta, bons filmes);
4.Roger Moore – (normal pinta, normal filmes);
5.George Lazenby – (sem pinta, 1 filme muito mau).

Dica do Dia:
Pergunta - Como saber se um filme do Bond é bom?

Resposta – Se ele afiambra 3 babes de continentes diferentes em três países diferentes nos primeiros 15 minutos do filme, então filme é bom.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Pausa no atraso

Tinha a intenção de deslocalizar a blogada diária enquanto não orientasse alguns atrasos mas, depois de ontem, é impossível.

A expectativa era mais uma vez alta, mais alta do que o habitual. Existem poucas coisas que eu goste mais do que concertos ao vivo e raramente vou a um e saio de lá insatisfeito. “One night in Paris” é uma das minhas bandas sonoras caseiras favoritas e tinha algum receio da noite não corresponder ao imaginário.
A isto juntava-se a minha relação bizarra com a banda: nunca não gostei mas já me foram relativamente indiferentes. Ultimamente, sou mesmo aficionado, até aquela simplicidade excessiva das letras me cai no goto.

Depois do Carnaval de atrasos habitual que os concertos a meio da semana preconizam, lá dei por mim a entrar no Atlântico. Pelo caminho, algum negrume nas vestimentas, sobretudo nos mais novos. E já estavam os “The Bravery” a actuar...

Phonix, não fazia a mínima ideia de que eram eles a “abrir” (nem eu, nem ninguém a quem tinha perguntado durante a tarde) e por pouco não os via mesmo. Aquela onda revivalista “NovaYorkina“ tem-me animado as manhãs “Radar” a caminho da labuta e as já relativamente distantes noites do “Incógnito”. Talvez estivesse sugestionado pelo ambiente, mas no meio daquelas linhas de baixo proeminentes, a voz do senhor parecia-me ter uns trejeitos de Robert Smith. O público correspondia “Os Putos trajam à intelectualóide, mas safam-se bem!”.

Tempo para uma merecida jola e reparo bem no que está à volta. Não pode ser... Tudo bem, fui para o 1º balcão, tudo bem que os preços apontavam para gente estabelecida, tudo bem que a carreira já vai longa, mas caramba... O que é isto?! Eles, grisalhos ou aprendizes de carecas, a maior parte já a vestirem os números dos papás. Elas, com o pechibeque da moda, cabelos convenientemente coloridos e as marcas das malas pouco tímidas a despontarem. Estaremos assim tão velhos?

Apagam-se as luzes e sentem-se inquietações. Palmas, gritos, abraços. Vejo-os a surgir na porta lateral ao palco. Ovação, os tipos aparecem no palco discreto em tons de negro. Primeiros contratempos, nada de coros femininos (aquelas negras tatuadas, em cabedal e piercings, de Bercy, não vieram) e nada de baixo. Vamos ver.

Para mim o primeiro momento digno de registo foi o Atlântico a exorcizar “Try walking in my shoes!” com Gahan a começar a sorrir; o frenesim de palco estava-se finalmente a traduzir em colaboração do público. Seguem-se altos e baixos de empatia, sempre com um baterista verdadeiramente animal. E eis que entram os restantes temas para os quais paguei bilhete. Que me perdoem os puristas, a relação que tenho com os senhores impunha, para além da supracitada, as “I feel you”, “Personal Jesus” e “Enjoy the silence” que se seguiram. Não se perdeu nada pelo meio, antes pelo contrário. Ergui também as mãos à procura do meu Jesus pessoal, em sintonia com um pavilhão repleto. Creio que foi a primeira vez que ouvi o som das palmas sincronizadas a sobrepor-se ao do palco. Vejo público a perder aos poucos os tiques de meia idade, quase jurava que, nalguns casos, as expressões eram de felicidade, como se, de repente, voltassem a ser crentes em qualquer coisa. Sacudiam-se as velhices.

Primeiro encore, com um guitarrista/teclista a dar-se por vocalista. Se na primeira me apetecia exclamar “Desanda, vim cá para ver Depeche!”, a fez-me lembrar um verdadeiro fanático dos tipos que, certa vez lá por casa, exclamou catedraticamente ao ver a versão noite em Paris “Também se safa bem a cantar, o sacana!”. Ao meu lado pediam o “Condemnation” (e eu também), mas ficou para talvez um dia.

Numa palavra: rambóia! Assim que o sintetizador quase semi-parolo de feira de “Just can’t get enough” começou a ter reconhecimento cerebral, seguiu-se festa rija. Acabaram-se as vergonhas, as preocupações, as escolioses e afins; adiposas a abanar que é isto que a gente leva da vida... Ah! Que malucos que nós éramos, quando fumávamos “Gigante”...
Novo interlúdio e num camarote perto de mim ligam as televisões. Vê-se a lampionagem inquieta, a tremedeira das penalidades. Algum frisson. Marca o Benfas, a passarada comemora de alívio (bastante compreensível, he he he he!) apesar de encaixarem mais três, isto enquanto os artistas regressam para o encerramento das hostilidades.
Abanam-se doenças (lembro-me sempre da versão destes) só com piano e o tal guitarrista da voz.
Tempo ainda para “Taking a ride with my best friend”; o cansaço pesa mas não tanto, as luzes compensam a aparente modéstia do palco e o ambiente é, passe a bazófia, fenomenal.

Dueto na extensão do palco, abraçados os dois masterminds da banda, o público em delírio. Faltaram ainda várias daquelas, a solução talvez seja o regresso ou a tal noite em Paris, um dia destes.
Ainda se tentou nova chamada, mas as luzes acenderam-se e o escoamento começou. Na grande fila para o pagamento do parque, a trincar um crepe oriundo de uma barraca que facturava à maluca, encontrei dois conterrâneos. Problemas comuns, se amanhã fosse sábado mas não é. Estamos “cotas”, mesmo a atirar para o velhote; mas este não trocava mesmo por nada.

Lx

PS - Fotos da rádio oficial e do sítio da banda de abertura.

Bora Bora



... ou como dizem os franceses, Borrá Borrá.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Não sei porquê, mas gosto desta...

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Gangsta...

“Como podes ouvir isso...esses gajos são criminosos. Isso é glorificação da violência...” dizia ela, minha amiga, indignada...

O meu pai gosta de westerns, a amiga indignada gosta dos ” Sopranos”...é pá, se eu gosto da ocasional música de gangsta rap, qual é o mal?

Gosto muito dos primeiros álbuns dos Cypress Hill, de algumas músicas do Dr. Dre e do grande Snoop Dog do inicio dos anos 90, porque o grunho normal não relata a as suas grunhices desta maneira. Estes gajos tem mesmo veia de artista, na música (minimal, é certo) e na escrita...

Agora veio-me parar às mãos o disco deste gajo, o The Game, puto novo, “straight outta of Compton”, LA, cicatrizes e tatuagens a montes como convém, desenhado para ser o nemesis do outro prodígio, o 50 Cent, de NY, este com nove buracos de bala no curriculum. Ao contrário do que acontece com a maior parte da música do moeda, eu gostei muito do disco do The Game...

Rodeou-se dos produtores talentosos (Dr.Dre, Timbaland, Kanye West e o gajo louro de que não gosto de dizer o nome) e fez um disco sólido com 14 temas a sério, sem nada desses interlúdios que poluem os discos de hip-hop...não tenho respeito pelos objectos do seu relato: traficâncias, lutas de gangues e outras rambices várias incluindo o retrato de como trata a “cadela”, que é mãe dos seus filhos...respeito apenas a qualidade do relato. Como MC, este tipo está lá em cima...

A minha amiga gosta de ver o Tony Soprano a tomar Xanax, eu gosto de ver o Snoop Dog a rolar no Bentley cheio de mulatas...ambos são exemplos de personificações românticas de foras-da-lei, porque é que só a última é que é reprovável?

Ps: por falar em gangsters, fiquei enojado, mas não surpreendido, com o apedrejamento ao Adriannse por parte daqueles canalhas dos SD que só envergonham o clube. Isto de os meterem a pão e água só perca por tardio, porque o hábito de ameaçar jogadores e treinadores com a complacência do clube, já dura há demasiado tempo.

Mas, até eu que sou defensor do velho, começo a perder a paciência, especialmente quando ele insiste em por em campo a nulidade (em tom lisonjeiro, claro) do Bruno Alves...que ontem, mais uma vez, nos custou 2 pontos. Apesar de tudo, somos líderes isolados, o que demonstra bem o quão mal vai este campeonato...que já podia estar ganho.

Diabolique...

Pois é, eu cá quando era puto, venerava o diabo...

Passo a explicar...assim como sou do FC Porto contra o Benfas e a Lagartagem, a minha afficion, desde tenra idade, pelos desportos motorizados levou a que eu também fosse no início dos anos 80, respectivamente, a favor do:
- Mundial de Ralis: Markku Alen (Lancia) contra o Hannu Mikola e Michelle Mouton (Audi);
- Formula 1: Ayrton Senna (Lotus) (Ah, saudades!!!) contra o Alain Prost (McLaren) e o Nelson Piquet (Williams);
E ainda e muito importante:
- Nacional de Ralis: Joaquim Santos (Ford Escort RS1800 – Team Diabolique) contra o Carlos Bica (Ford Escort RS1800 – Team Tabaqueira) e o Santinho Mendes (Datsun 1600 – Team Entreposto).

Graças a estes gajos, pude comprar por 2,99€ uma miniatura do Escort da Diabolique, que o ACP já me tinha tentado impingir por 25€. O resto da colecção é a 10,99€, mas isso não interessa porque um dos meus ídolos da juventude já cá canta.

Pensam que eu estou a exagerar...pois eu vos digo, quando eu era puto o Natal era dois dias por ano. Era a 25 de Dezembro e era num qualquer sábado em Março quando me levantava às 6 da manhã e ia pela mão do meu pai ver os pilotos do Rali da Figueira a passar nos esses da descida da Serra da Boa Viagem para Quiaios...curiosamente, 15 anos mais tarde, numa noite de morrinha, ia-me despistando, a 20 à hora, por aquelas ribanceiras abaixo no Clio do delfim deste blog. Uma guinada de volante acabou por resolver tudo...

Muito bons tempos, muito bons tempos mesmo...foto produção caseira, via a minha Polaroid disfarçada de SLR.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

A baixa...

Votei no gajo, foi um voto de protesto contra o aparelhismo partidário, contra a apatia, contra os vícios, contra...

E agora o gajo mete baixa médica para ir caçar perdizes e ter tempo para as reuniões políticas do seu movimento.

Isto está bonito, está...vou meter baixa para poder ir fazer snowboard para o Liechstenstein, é que eu ando um bocado extenuado...

domingo, fevereiro 05, 2006

Atol de Rangiroa, Polinésia Francesa




Hoje estive no Paraíso.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Taiohae, Nuku Hiva, Marquesas




Uns mergulhos em águas infestadas de Mantas...e sabe-se lá que mais.